Caravana da UNE chega à Brasília para protestar contra cortes na educação

Criado em 06/10/15 13h35 e atualizado em 06/10/15 14h55
Por Marieta Cazarré Edição:Armando Cardoso Fonte:Agência Brasil [2]

A caravana da União Nacional dos Estudantes  (UNE) chegou hoje (6) à Brasília para uma passeata contra o ajuste fiscal do governo federal e os recentes cortes nas áreas sociais do país, em especial na educação. A manifestação começou às 9h, em frente à Biblioteca Nacional.

 “A gente não acha que a educação seja alvo de cortes para o ajuste fiscal. A educação é que alavanca o desenvolvimento e dá oportunidade para os jovens”, afirmou Carina Vitral, presidente da UNE. Segundo ela, em 2015 a educação teve contingenciados R$ 10,6 bilhões.

Com Aloizio Mercadante à frente do Ministério da Educação (MEC), os estudantes esperam que o ajuste fiscal no setor seja revertido e que os investimentos na educação sejam ampliados.

Para Bárbara Melo, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), “muita gente que chegou a um instituto federal não consegue continuar por falta de bandejão para comer, de política de passe livre estudantil e de laboratórios decentes. É um desperdício colocar um jovem numa escola técnica e não ter estrutura suficiente para que ele se torne um bom profissional. O corte não é a melhor saída para a crise. Só prejudica os estudantes”.

Os estudantes também estão se manifestando contra o Projeto de Lei 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP). A ementa do projeto estabelece a participação mínima da Petrobras no consórcio de exploração do pré-sal.

De acordo com Jessy Dayane, diretora de Políticas Educacionais da UNE, a caravana é contra o projeto porque, em 2013, metade do fundo social do pré-sal foi destinada às áreas sociais: 75% para a educação e 25% para saúde. "Se esse projeto for aprovado, ameaça a conquista que garante mais verbas a longo prazo para a educação no Brasil.”

Para a presidente da UNE, a Operação Lava Jato é importante porque acaba com a corrupção na Petrobras, "mas não podemos levar a Petrobras junto. Deputados e partidos estão se aproveitando da crise para propor projetos que enfraqueçam a empresa”, afirmou Carina Vitral.

Segundo a Consultoria Legislativa do Senado, o projeto [3] em discussão na Casa não altera a destinação de recursos.

Após a reunião em frente à Biblioteca Nacional de Brasília, a caravana, com lideranças de todo o país, caminhará, no início da tarde, até o Ministério da Educação. O objetivo dos estudantes é que o novo ministro os receba às 17hs.

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, até às 11h30 eram aproximadamente 300 manifestantes no local.

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