A presidenta Dilma Rousseff recebeu jogadores do movimento Bom Senso F.C., que apresentaram as principais reivindicações do grupo

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Bom Senso critica calendário do futebol para 2015: "também tomou de 7 a 1"

Criado em 07/08/14 17h05 e atualizado em 07/08/14 18h54
Por Nathália Mendes Fonte:Portal EBC

Um dia após a divulgação do calendário do futebol brasileiro para 2015, o movimento Bom Senso Futebol Clube, que representa mais de mil atletas profissionais, divulgou uma nota criticando o arranjo das datas das competições. De acordo com o Bom Senso, "o calendário de 2015 também tomou de 7 a 1, e ainda tem gente comemorando o gol de honra". O "gol de honra" é o período de 25 dias destinado à pré-temporada no mês de janeiro, que, na avaliação dos jogadores, foi determinado não para modernizar o futebol, mas sim por conta de interesses comerciais e de audiência.

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Entre a lista de problemas elencados pelo movimento estão o fato do calendário ter sido "espremido", com o mesmo número de datas em menos dias, os poucos jogos que clubes de divisões inferiores fazem no ano e a realização de rodadas no meio da semana e em horários tardios.

A nova regra que limita o número de jogos que cada atleta poderá fazer, implantada como resposta às reivindicações do movimento, também foi duramente questionada pelo Bom Senso. De acordo com a medida, um profissional só poderia jogar 65 jogos de competições organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e federações por temporada. "Deixar um atleta impedido de jogar não oferece tempo de treinamento para o aperfeiçoamento técnico e tático da equipe", conclui o texto.

O calendário brasileiro sofre duras críticas do Bom Senso. O movimento aponta para o excesso de jogos para os clubes da elite e a escassez de competições e datas entre os times menores. O cálculo do Bom Senso detalha esta assimetria: de acordo com o movimento, em 2015 um clube de ponta poderia fazer até 84 jogos, enquanto clubes menores, que contam apenas com o campeonato estadual no ano inteiro, entrariam em campo menos de 20 vezes.

Em 2015, a bola rola no país no dia 1º de fevereiro, com o início dos campeonatos estaduais. A Libertadores e a Copa do Brasil também começam neste mês: o principal torneio do continente terá início no dia 11, e o mata-mata nacional, no dia 25. Os campeonatos brasileiros das Séries A, B e C terão início em maio.

Confira a nota sobre o calendário do futebol brasileiro divulgada pelo Bom Senso:

MARIN E DEL NERO 7 x 1 FUTEBOL BRASILEIRO

O calendário de 2015 também tomou de 7 a 1, e ainda tem gente comemorando o gol de honra

Aos 7:

1 — O calendário não foi reestruturado, foi apenas espremido. Com os campeonatos iniciando em 1º de fevereiro e terminando em 6 de dezembro, os clubes jogarão praticamente as mesmas datas em menos dias.

2 — Qualquer reestruturação significativa do calendário trataria de resolver a sua maior deficiência: a escassez de jogos dos clubes do interior. A maior parte dos clubes pequenos continua jogando menos de 20 partidas oficiais por ano, ao longo de pouco mais de três meses – o que significa desemprego para cerca de 12 mil jogadores de futebol.

3 — O formato de nenhuma das competições significativas foi alterado. Assim, um grande clube pode continuar fazendo inacreditáveis 84 partidas oficiais por ano, 43% a mais que qualquer clube alemão. Vale lembrar que o campeonato alemão tem média de público nos estádios três vezes maior que a nossa.

4 — Nas datas FIFA não há jogos de clubes, mas os há na véspera destas datas. Assim, a Seleção joga partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo em terças-feiras e há jogos de clubes no Campeonato Brasileiro às quartas-feiras, por exemplo. Então basta torcermos para que nossos clubes não tenham jogadores de alto nível para não serem convocados, certo? Ou, em caso de tê-los, vemos o nosso campeonato enfraquecido sem a presença dos principais atletas em datas importantes. Ainda não entendemos como os patrocinadores e os próprios clubes admitem isso.

5 — O horário dos jogos continua fora da pauta. Vemos o metrô mudar os seus horários, mas não vemos a CBF zelar pelo bem daqueles que de fato sustentam o futebol, os torcedores. Conforme a audiência diminui, em breve veremos nossos campeonatos na sessão Coruja.

6 — Estabelece-se um limite de 65 jogos anuais por atleta em competições organizadas pela CBF e Federações. Esta é a famosa medida “me engana que eu gosto”. De onde veio este número 65, CBF? Quantos atletas disputaram mais que 65 jogos no ano passado? Já falamos algumas vezes: não se trata de limitar o número de jogos dos atletas; é preciso organizar o calendário em torno dos clubes. Deixar um atleta impedido de jogar não oferece tempo de treinamento para o aperfeiçoamento técnico e tático da equipe.

7 — Grande parte das rodadas do Campeonato Brasileiro continuam sendo em meios de semanas, quando seria mais interessante que todos elas, ou pelo menos a grande maioria, fossem em fins de semanas.

Ao 1:

1 — O quase mês de pré-temporada não foi inserido pensando na modernização do futebol brasileiro, qualificando-o tecnicamente, mas sim pensando no próprio umbigo, uma vez que a audiência do futebol no mês de janeiro tem caído vertiginosamente.

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