Imagem: FERDINANDO RAMOS / ALLSPORTS

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Rio Preto: time que nasceu “em família” se mantém com ajuda de Prefeitura

Criado em 06/11/15 16h43 e atualizado em 12/01/16 22h35
Por Edgard Matsuki Edição:Noelle Oliveira - Portal EBC

No distante ano de 1996, o casal Dorotéia Inojo e “Chicão” Reguera queria que as três filhas, apaixonadas por futebol, começassem a praticar o esporte. O grande problema é que na cidade de São José do Rio Preto (SP) não havia uma única escolinha para meninas. A solução encontrada por eles foi montar um clube para que elas e outras garotas treinassem. E aí nasceu o Juventude.

Vinte anos depois, o Juventude virou Rio Preto – é o semifinalista da Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino –, o casal continua no time (Doroteia é presidenta e Chicão é técnico) e a filha mais nova do casal (Darlene) é jogadora da Seleção Brasileira de Futebol. Para que o time “de família” se transformasse em uma das potências do futebol nacional, o papel da Prefeitura de São José do Rio Preto foi fundamental.

É a Prefeitura que garante toda a estrutura do time desde 2000. Os salários e os custos de viagens são pagos pelo poder público municipal. “Nós somos representantes oficiais do futebol e futsal feminino da cidade”, conta Dorotéia. Ela aponta que a folha salarial das 24 jogadoras é de cerca de R$ 38 mil e explica que algumas jogadoras “subiram” da base para completar o time principal: “Elas jogam trabalhar nas escolinhas e no time principal para pegar experiência”.

O Rio Preto ajuda a equipe com a estrutura de estádio e uniformes. “Mas há um plano de nos ajudarem financeiramente em 2016. Já na vitória contra o Flamengo [por 1 a 0 na última rodada da segunda fase], a diretoria deu uma premiação às jogadoras”, completa. No ano que vem, há a perspectiva de que o apoio do Rio Preto aumente em relação ao futebol feminino. “Aí esperamos trazer outras meninas e dar um salário melhor para essas”, diz.

Rio Preto já vestiu cores do maior rival

Entre 1996 e 2015, muita coisa aconteceu na história do clube. Assim que o Juventude foi formado, começou a participar de campeonatos estudantis na cidade. Mais organizado, ganhou praticamente todos. “Em 1997, recebemos um convite da Federação para disputar um torneio chamado Copa Ouro com times do interior do estado. Como Juventude, ganhamos da Matonense na final”, conta Dorotéia.

O destaque fez com que o time passasse a vestir as cores do Rio Preto pela primeira vez, entre 1999 e 2000. A parceria com o Rio Preto acabou quando começou a parceria com a Prefeitura. Na mesma época, o clube (novamente Juventude) passou a representar a cidade nos Jogos Regionais e Jogos Abertos (competições estudantis). Desde então, a cidade ganhou as 16 edições dos jogos regionais (da região de São José do Rio Preto) sem nunca perder um jogo. Nos jogos abertos (com cidades de todo interior de SP), a cidade também ganhou algumas medalhas.

Em 2005, o Secretário de Esportes de São José do Rio Preto também era dirigente do América (maior rival do Rio Preto). Para manter a parceria, a Prefeitura “convidou” o Juventude a usar as cores do América e jogar no estádio Teixeirão (maior da cidade). A parceria durou até 2008. Quando o Prefeito da cidade mudou, o time voltou a vestir a camisa do Rio Preto.

Em âmbito nacional, o Rio Preto conseguiu como melhores resultados, os quartos lugares na Copa do Brasil Feminina de 2011 e no Campeonato Brasileiro Feminino de 2013. Apesar de ter sido semifinalista em 2013, o time perdeu a vaga em 2014 porque a CBF priorizou vagas para clubes que estavam nas Séries A e B do futebol masculino.

No Campeonato deste ano, o time tem a chance de fazer a melhor campanha de sua história. Na primeira fase eliminou a atual campeã, a Ferroviária de Araraquara, e ficou em segundo no Grupo A.

Na segunda fase do Campeonato Brasileiro, o Rio Preto recebeu o reforço de duas jogadoras: a goleira Luciana e a atacante Darlene, filha do técnico e da presidenta. Dorotéia disse que temeu que ela fosse escolhida por outro time: “No dia da reunião do draft [escolha das atletas da seleção] deixamos claro que queríamos ela. Mas teve gente que disse não. A sorte nossa foi que fomos o segundo a escolher e eu sabia que o América (MG) [primeiro no sorteio] precisava de zagueira”.

Desde que voltou ao clube em que foi revelada, Darlene marcou quatro gols e ajudou o time a se classificar em segundo no Grupo 6. O Rio Preto eliminou equipes tradicionais no futebol masculino: o Flamengo e o América (MG). Até o momento, o time tem seis vitórias, dois empates e duas derrotas. Nas semifinais, enfrenta a Adeco.

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