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Água Santa: surpresa da Copa SP “garimpa” talentos em projeto social
Criado em 08/01/16 10h56
e atualizado em 08/01/16 14h32
Por Edgard Matsuki
Edição:Líria Jade - Portal EBC
No último dia 5, o Fluminense (atual campeão brasileiro Sub-20) entrou em campo como favorito contra o Água Santa (SP). Como era de se esperar, o time carioca dominou a partida e criou diversas chances de gol. O que ninguém esperava era que o time paulista conseguiria se segurar na defesa e que, em um dos seus raros ataques, marcasse o gol da vitória de 1 a 0. O resultado foi uma das surpresas da primeira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2015.
A vitória sobre o Fluminense é mais um dos feitos da curta história do time da cidade de Diadema (SP). Criado em 1981 como time de várzea, o Água Santa se profissionalizou apenas em 2011. Depois disso, o time conquistou três acessos seguidos no Campeonato Paulista. Na base, o time também vem colecionando bons resultados. E a receita é simples: muito garimpo para conseguir achar talentos.
Uma das “fontes” de jovens promissores é um projeto social organizado pelo time e a Prefeitura de Diadema. “Nós um projeto com 4 mil jovens carentes. Todos os fins de semana eles treinam em dez locais da cidade. Quando tem algum jogador que se destaca, os monitores entram em contato comigo e eles fazem um teste no clube”, afirma o diretor de futebol de base do time, Wilson Farias.
Um dos jogadores que saiu do projeto social é o zagueiro Igor. Com apenas 15 anos de idade, ele é titular do time na Copa São Paulo. Detalhe: com o zagueiro novato, a equipe não tomou nenhum gol nos três primeiros jogos da Copinha.
Ex-agente de futebol, profissão extinta pela Fifa no ano passado, Wilson diz que busca muitos jogadores do Nordeste para formar o time junto com os meninos do projeto social. “Um dos jogadores que veio de lá é o Matheus Lima. Mesmo com o nosso time sendo eliminado na primeira fase do Paulista Sub-20, ele (que veio do Maranhão) foi um dos artilheiros da competição”.
Seja de Diadema ou do Nordeste, uma coisa é comum a quase todos jogadores: eles vêm de regiões carentes e precisam de um cuidado especial. “É importante trabalhar a disciplina, o espírito de equipe e a autoestima deles”, diz Wilson.
Concentrados em Itu (SP), os jogadores estão impedidos de dar entrevistas e tem horário para mexer no celular. O regime de concentração serve para evitar que aconteçam episódios como o final do Campeonato Paulista Sub-15 do ano passado. “Fizemos uma ótima campanha e chegamos às quartas de final. No primeiro jogo, ganhamos de 5 a 0 do Red Bull. No segundo, nos desconcentramos e perdemos de 5 a 0”, lamenta Wilson.
Talentos e propostas
Na Copa São Paulo, ninguém no time imaginava a campanha da primeira fase, quando o Água Santa terminou com três vitórias e em primeiro no Grupo 13. “A gente acreditava que ia lutar para passar em segundo lugar, atrás do Fluminense”, conta Wilson. Mas a campanha está fazendo o time sonhar alto: “agora queremos chegar à final no dia 25”, completa o diretor.
Junto com os sonhos, propostas também já chegaram ao time. De acordo com o diretor, sete times “grandes” já foram atrás de jogadores do time ou de parcerias com o Asa Santa. “Até o pessoal do Fluminense veio conversar com a gente depois do jogo que vencemos”.
Caso não reforcem outros times, alguns dos atletas já tem destino certo depois da Copa São Paulo: reforçar o time profissional que joga, pela primeira vez, a Série A-1 do Campeonato Paulista de futebol.
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