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Maus hábitos alimentares estão diretamente ligados à obesidade infantil
Criado em 27/09/13 09h11
e atualizado em 27/09/13 11h21
Por Bruna Ramos
Fonte:Portal EBC
Uma em cada três crianças com idade entre cinco e nove anos está acima do peso. O dado, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um alerta para pais e cuidadores, uma vez que alimentação inadequada e sedentarismo são os principais fatores que levam à obesidade, juntamente com o fator genético.
O sobrepeso pode afetar a vida da criança de várias formas. Além de problemas psicológicos e de convívio social, ele está associado a diversas doenças, como diabetes, pressão alta, doenças cardiovasculares e até a alguns tipos de câncer. Segundo a professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), Renata Alves Monteiro, a obesidade ainda na infância é altamente prejudicial. “Permitir isso é sujeitar a criança às doenças crônicas não transmissíveis ainda na fase da infância e aumentar a chance de ela ser obesa na vida adulta”, esclarece. Dados apresentados no documentário Muito Além do Peso [2] informam que a cada 5 crianças obesas, 4 permanecerão acima do peso quando envelhecerem.
Os erros nos hábitos alimentares podem ser contornados com algumas noções básicas. A nutricionista Erika Berbert afirma que todos os grupos de alimento, inclusive açúcar e gordura, fazem parte de uma dieta saudável. “Só tem que saber combinar. A alimentação saudável é a arte de fazer combinações”, define.
Como forma de guiar os consumidores diante de tabelas nutricionais, a agência britânica que dita normas alimentares, Food Standards Agency [3], fez um quadro dos níveis de nutrientes mais perigosos, se consumidos em excesso: açúcar, gordura total, gordura saturada e sal. Seguindo a lógica das cores do semáforo, as comidas e bebidas que se encontrarem na faixa vermelha em algum dos quatro nutrientes descritos, podem ser definidas como não saudáveis. As que se encaixarem na verde podem ser consumidas sem preocupação e as da faixa amarela merecem uma certa atenção.
Níveis de nutrientes nos alimentos (por 100g)
Baixo | Médio | Alto | |
Açúcar | Até 5g | Entre 5 e 15g | Acima de 15g |
Gordura | Até 3g | Entre 3 e 20g | Acima de 20g |
Gordura saturada | Até 1,5g | Entre 1,5 e 5g | Acima de 5g |
Sal | Até 0,3g | Entre 0,3 e 1,5g | Acima de 1,5g |
Níveis de nutrientes nas bebidas (por 100ml)
Baixo | Médio | Alto | |
Açúcar | Até 2,5g | Entre 2,5 e 6,3g | Acima de 6,3g |
Gordura | Até 1,5g | Entre 1,5 e 10g | Acima de 10g |
Gordura saturada | Até 0,75g | Entre 0,75 e 2,5g | Acima de 2,5 |
Sal | Até 0,3g | Entre 0,3 e 1,5g | Acima de 1,5g |
Apesar das dicas, nem sempre ler uma tabela nutricional é fácil. Pelo contrário, a quantidade de informações a serem assimiladas exige bastante conhecimento. Porém, alguns pontos essenciais podem ser incorporados ao dia a dia dos pais no supermercado. Erika ensina: “Os ingredientes citados nos produtos aparecem em ordem decrescente. Os primeiros são sempre os que têm em maior quantidade no alimento”. Isso significa que quando uma lista de ingredientes apresenta o açúcar na primeira ou segunda posição, deve ser evitada.
Outro ponto de atenção, segundo a nutricionista, é a porcentagem dos nutrientes relativa aos valores diários. “Tabela nutricional é para adulto que consome 2 mil calorias por dia. Crianças ingerem menos dos que isso”, alerta. E acrescenta que a análise de uma tabela não deve focar em um nutriente específico. “Fator pontual não adianta ver, a tabela nutricional tem que ser vista como um todo”.
Para auxiliar nas escolhas mais saudáveis de alimentação, Erika orienta, dentro das categorias mais apreciadas pelos pequenos, que caminhos seguir. Mãe de quatro filhos, ela sabe que não dá para radicalizar e cortar todas as guloseimas da casa. Mas ensina que sempre que houver alguma extravagância, deve-se recorrer à compensação. Confira:
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