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Por que você não consegue brincar com seus filhos?
Criado em 10/08/15 10h10
e atualizado em 10/08/15 10h17
Por Hospital Infantil Sabará [2]
Sem rodeios, incluir a brincadeira na rotina do seu dia a dia talvez seja como incluir o exercício físico, a alimentação mais saudável ou a leitura diária de um livro. Se não começarmos passo a passo nada acontece.
E da mesma forma que os outros exemplos de hábitos que deveríamos incorporar, há diversos motivos que nos fazem adiar a brincadeira com os filhos para o dia seguinte. Identifiquei quatro fatores que são as barreiras mais comuns para adiarmos o brincar:
- falta de informação sobre a importância e os benefícios do brincar para a criança (e para nós adultos também);
- desconhecimento das brincadeiras, falta de jeito para brincar;
- falta de tempo e agenda repleta de tarefas;
- desânimo para brincar nos momentos de folga.
Você se identifica com alguma delas? O objetivo do post de hoje é dar dicas de como superar cada uma dessas barreiras.
“Mas por que brincar é tão importante?”
Que nós queremos o melhor para os nossos filhos não há dúvida. E na ânsia de oferecer o melhor possível, esquecemos do mais simples que é a brincadeira. Os especialistas são unânimes quando listam os fatores que tornam a brincadeira tão fundamental para o desenvolvimento do bebê, desde seu nascimento. A brincadeira é uma atividade que permite às crianças descobrir e experimentar o mundo. É por meio delas que são desenvolvidas as coordenações motoras, o senso de equilíbrio e espaço.
Desde o sorriso do adulto para o bebê até a interação nos jogos e no faz de conta, a criança entende o que é a resposta a um estímulo. E não só isso. A criatividade, resiliência, sociabilidade, negociação e enfrentamento de frustrações são todas características desenvolvidas pela brincadeira.
Eu poderia descrever muito mais benefícios da brincadeira para as crianças. Mas o que eu gostaria de acrescentar é que a brincadeira é uma chave de ouro para entendermos as crianças. E mais importante ainda: pela brincadeira criamos vínculos afetivos fundamentais para o equilíbrio tanto deles, quanto nossos.
“Não conheço brincadeiras”
Talvez porque tenhamos brincado menos do que deveríamos, ou porque já faz tempo, é possível que nos falte repertório para brincar. Mas será que se puxarmos da memória, não vamos lembrar de um jogo, um pega-pega, um faz de conta? E mesmo assim, atualmente há muito material disponível com sugestão de brincadeiras.
É uma questão de dar o primeiro passo, buscar este material e planejar a próxima brincadeira!
“Não tenho tempo para brincar”
Tem um amigo meu que diz assim: “se você quer que algo seja feito, peça para alguém que tenha a agenda cheia”. Parece incrível, mas ele está certo. Quando sabemos lidar com o tempo, mesmo em uma agenda cheia é possível reorganizar as prioridades. Com a brincadeira é assim também. A partir do momento que você entende a importância para seu filho, é possível fazê-la parte do seu dia a dia. Como?
Aproveitando as brechas na agenda, seja no caminho entre a casa e a escola, a espera do pediatra, a fila do mercado, aquele espaço entre o jantar e a hora de escovar os dentes (muitas vezes preenchidos pela televisão), os dez minutinhos antes de dormir, ou aquele dia preguiçoso de chuva. Ao fazer isso, a brincadeira deixa de ser uma “obrigação de final de dia” parao adulto, mas fica diluída e vários momentos do cotidiano da família.
“Não tenho ânimo para brincar”
É afirmação de um dos mais importantes especialistas em desenvolvimento humano do brasil, o professor Dr. Lino de Macedo em entrevista ao Tempojunto [3]: “o brincar é também uma pausa para o adulto relaxar do estresse, das ansiedades e dos problemas.” Ou seja, brincar faz bem também para nós.
Claro que o cansaço, o desânimo e até a falta de jeito para a brincadeira podem formar uma barreira entre adultos e crianças. Mas se deixarmos, esta mesma barreira nos impede de ligar para um amigo, começar um exercício, ler um livro e tantas outras coisas.
Então, desânimo se combate com ação, motivação. Quer mais motivação que seu filho genuinamente feliz? E vocês numa relação mais afetiva?
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