Imagem: Leonardo Ré-Jorge

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Urucum: saiba mais sobre as sementes usadas pelos índios para tingir o corpo

Criado em 11/09/15 10h42 e atualizado em 11/09/15 11h48
Por Árvores da Câmara Fonte:Câmara dos Deputados [2]

Conhecido pelos índios brasileiros desde tempos imemoriais, a primeira menção ao urucu ou urucum, fruto do urucuzeiro, foi feita na carta que o escriba Pero Vaz de Caminha escreveu em 1500 ao rei português Dom Manuel, comunicando a descoberta destas terras além mar. Diz a carta, em certo trecho:

"Estava tinto de tintura vermelha pelos peitos e costas e pelos quadris, coxas e pernas até baixo, mas os vazios com a barriga e estômago eram de sua própria cor. E a tintura era tão vermelha que a água lha não comia nem desfazia. Antes, quando saía da água, era mais vermelho".

"E estavam cheios de uns grãos vermelhos, pequeninos que, esmagando-se entre os dedos, se desfaziam na tinta muito vermelha de que andavam tingidos. E quanto mais se molhavam, tanto mais vermelhos ficavam".

Usos diversos

O fruto da árvore é chamado de urucu ou urucum e os usos de suas pequenas sementes triangulares são múltiplos. Quando trituradas - puras ou misturadas a outros ingredientes - transformam-se e em pigmento usado tradicionalmente pelos nossos indígenas como antídoto para o Urucum 4veneno da mandioca brava, proteção solar, repelente para insetos e como tintura vermelha para pintura corporal. Ao passar a substância na pele, ela penetra nos poros que, aos poucos, se entopem e não conseguem mais eliminá-lo, dando à pele uma coloração definitiva.

A tintura, conhecida como colorau (que não deve ser confundido com o colorau português, ou páprica) é muito utilizada, tanto domesticamente quanto pela indústria alimentícia, para dar a cor vermelha ou amarela aos alimentos. Com o banimento, pela União Europeia, de corantes alimentícios artificiais, seu comércio ganhou ainda mais força. O corante INS 160b, muito comum em rótulos de margarinas, queijos, salsichas, sorvetes e muitos outros produtos, nada mais é do que o nosso colorau.  

Na medicina popular, os subprodutos desta árvore, sob diversas formas, também encontram larga utilização, combatendo os males do fígado, a febre, as queimaduras e os problemas do estômago, além de ter ação expectorante, cicatrizante e antipirética.

Urucuzeiro
Urucuzeiro, por adriana.franzin [3]

Características

O urucuzeiro é uma pequena árvore “sempre verde”, ou seja, que não perde suas folhas no inverno, com até 9 metros deUrucum 6 altura e copa de formato piramidal. Suas flores têm cinco pétalas livres, de rosadas a brancas. Os frutos, de até 8 cm, são vermelhos quando maduros e  cobertos por espinhos flexíveis e aparecem de março a julho, com muitas sementes envoltas por uma polpa vermelha.

Gosta de sol pleno e de solos úmidos e férteis, crescendo bem em climas tropicais e subtropicais livres de geadas.  Frutifica a partir dos 3 anos de idade. Originário da América Tropical, no Brasil é encontrado naturalmente desde a Amazônia até a Região Centro-oeste.

Ficha da Árvore

Nome comum: Ururucuzeiro, Urucu, Urucum

Nome científico: Bixa orellana

Família: Bixaceae

Uso: suas sementes trituradas são usadas tradicionalmente como pigmento, para pintura corporal e outros cosméticos, e na culinária, para dar cor vermelha ou amarela aos alimentos. Seu uso medicinal inclui o combate aos males do fígado, à febre, às queimaduras e aos problemas do estômago, além de ação expectorante, cicatrizante e antipirética.

Tags:  urucum [4], urucuzeiro [5], tinta natural [6], pintura indígena [7]
Creative Commons - CC BY 3.0

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