Síndrome de Guillain-Barré causa fraqueza e paralisia muscular

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Saúde [1]

Estados adotam estratégias para investigar a Síndrome de Guillain-Barré

Criado em 24/07/15 17h56 e atualizado em 24/07/15 18h15
Por Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil/EBC* Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil [2]

O número de casos confirmados da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) no estado da Bahia subiu para 53 casos. A informação está no boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) desta sexta-feira (24). Em relação ao boletim anterior, divulgado na terça-feira (21), são três casos novos. Para enfrentar o número crescente da doença, a Sesab montou uma estratégia que envolve diversos profissionais. Entre as ações, está a definição de 12 hospitais de referência, a reserva de 16 leitos nas unidades da capital e do interior e o início de uma investigação epidemiológica.

Como a Síndrome de Guillain-Barré não é de notificação compulsória, não há informações exatas sobre a quantidade de casos confirmados da doença em anos anteriores. No entanto, pelo cenário que se desenhou este ano, os profissionais dos hospitais dizem que o número de atendimentos de casos é muito maior do que em outros anos, relata a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde da Bahia, Ita de Cácia. Ela informa ainda que a Sesab faz estudo retrospectivo para levantar números anteriores da doença no estado.

O Ministério da Saúde auxilia a Bahia com o envio de imunoglobulina, utilizada no tratamento da SGB. Em junho, foram enviadas 300 unidades e, conforme Ita, o estado deve receber, em breve, mais 1.000 ampolas do medicamento.

A síndrome é considerada uma doença neurológica rara. Ela provoca fraqueza muscular e pode gerar paralisia [3] em membros do corpo. De acordo com a superintendente, as constatações da investigação epidemiológica da síndrome levam os profissionais da saúde a relacioná-la a doenças causadas por vírus, especialmente dengue, chikungunya e Zika vírus.

“Estamos enfrentando atualmente uma tríplice epidemia", disse ela, e explicou que normalmente, quando há tantas pessoas submetidas a um processo infeccioso, o desenvolvimento de um sintoma neurológico nelas fica mais propício, por causa da baixa imunidade. A Guillain-Barré é um desses sintomas, acrescentou a superintendente.

O Ministério da Saúde informa que, até o momento, não há estudos que façam relação entre essas doenças e a SGB, mas o boletim da Sesab constata que dos 53 casos confirmados, 49 ocorreram em pessoas que já tiveram alguma doença exantemática (que causa vermelhidão na pele, a exemplo das três transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti).

Além da Bahia, pelo menos outros três estados do Nordeste confirmaram casos da síndrome. No Ceará, são dez casos confirmados até o mês de abril. A Secretaria da Saúde (Sesa) explica, por meio de nota, que “não há variação significativa de casos”, comparando com anos anteriores. Em 2014, foram 38 casos e, em 2013, 32. Assim como a Sesab, a Sesa também instituiu a notificação e o detalhamento das ocorrências atendidas nas unidades de Saúde.

No Maranhão, há 14 casos de SGB confirmados, com três mortes. Segundo nota da Secretaria de Estado da Saúde (SES), dentre os 14, oito confirmaram ter tido alguma virose antes. O secretário da Saúde, Marcos Pacheco, considera que essa relação do paciente, que teve doença causada por vírus e depois desenvolveu a síndrome, é “meramente temporal”. Segundo ele, “houve incremento de casos agora, logo depois desses surtos [de dengue, chikungunya e Zika vírus], mas essa relação é presumida. É uma coincidência que leva qualquer autoridade sanitária a ficar pensando nessa relação”.

Por conta dessa possibilidade, os gestores da Bahia e do Maranhão reafirmam a importância do combate ao Aedes aegypti. Ambos explicam que a preocupação primária é com o controle das epidemias causadas pelas doenças transmitidas pelo mosquito. “É importante a gente pensar nessa hipótese, porque faz com que nós possamos reforçar nossos cuidados com o vetor. É fundamental que a gente fique responsavelmente antenado nessa possível relação”, ressalta o secretário da Saúde do Maranhão.

*Colaborou Maíra Heinen, repórter do Radiojornalismo

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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