Compartilhar:
Marinha ocultou da Presidência informações sobre mortes na ditadura, diz Comissão da Verdade
Criado em 21/05/13 14h12
e atualizado em 21/05/13 19h51
Por Luciano Nascimento
Edição:Carolina Pimentel
Fonte:Agência Brasil [2]
Brasília – Ao apresentar o balanço de um ano de suas atividades [3], a Comissão Nacional da Verdade revelou que a Marinha Brasileira ocultou informações sobre mortes cometidas durante a ditadura militar.
Acesse o relatório parcial da pesquisa feita pela Comissão Nacional da Verdade [4]
Em 1993, o então presidente Itamar Franco determinou ao ministro da Justiça, Mauricio Correa, o levantamento de informações com a Marinha, o Exército e a Aeronáutica sobre desaparecidos na ditadura militar. A Comissão da Verdade conseguiu identificar 12.072 documentos do Centro de Informações da Marinha (Cenimar) sobre 11 desaparecidos e fez um cruzamento com as respostas prestadas pela Força Armada ao governo Itamar Franco.
Leia mais:
Comissão da Verdade apresenta balanço de um ano de atividades [5]
Confira linha do tempo com relatos de audiências realizadas em diferentes estados [6]
Rubens Paiva morreu no Doi-Codi, diz coordenador da Comissão Nacional da Verdade [7]
Segundo a comissão, um dos documentos, de dezembro de 1972, tratava da morte do ex-deputado Rubens Paiva. Em 1993, a Marinha informou ao Congresso Nacional, ao Ministério da Justiça e à Presidência da República a versão oficial de que Paiva teria fugido quando estava sob custódia do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) do 2º Exército, no Rio de Janeiro, e que seu paradeiro era desconhecido.
“O primeiro resultado parcial [da comissão] é o fato de que a Marinha Brasileira ocultou deliberadamente informações ao Estado brasileiro, já no período democrático. A importância desse documento é que indica que existem na Marinha Brasileira 12 mil páginas referentes aos 11 desaparecidos que apresentamos aqui", disse a historiadora Heloísa Starling, responsável por sistematizar as informações levantadas pela comissão.
De acordo com a comissão, o cruzamento das respostas das Forças Armadas com os documentos obtidos durante a investigação apontou que a Marinha ocultou as mortes de pessoas. "O Cenimar foi um dos organismos mais ferozes de repressão da ditadura. É uma relação muito extensa das informações que a Marinha tinha sobre as pessoas. Ela sabia que estavam mortas", disse.
Edição: Carolina Pimentel
Deixe seu comentário