O advogado Luís Roberto Barroso, indicado para a vaga no Supremo, foi sabatinado hoje (5) na CCJ do Senado

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Justiça penal brasileira tem estratificação por classes, critica Barroso

Criado em 07/06/13 19h05 e atualizado em 07/06/13 19h17
Por Débora Zampier Edição:Juliana Andrade Fonte:Agência Brasil [2]

Brasília – O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou hoje (8) o sistema punitivo brasileiro, que considera “desarrumado” e dividido por classes sociais. Para ele, o direito penal só é bem explorado por quem tem dinheiro para pagar bons advogados.

“Fato real é que somos punitivos seletivamente. Na Justiça Penal, a estratificação de classes é muito evidente”, avaliou, durante conversa com jornalistas nesta tarde. Ele também acredita que a polícia e o sistema carcerário “vivem momentos difíceis” e que é preciso repensar o modelo penal brasileiro.

Para Barroso, as polícias precisam ganhar “status e dignidade” para atuar de forma mais eficiente e menos violenta. “A polícia que bate ou é violenta ou é por falta de recursos para investigar. A polícia que vive de quebra de sigilo é porque não tem outros elementos”, analisou.

Quanto ao sistema penitenciário, ele defende a adoção de prisões domiciliares com monitoramento eletrônico nos crimes de menor potencial ofensivo. “O sistema penitenciário, apesar dos muitos investimentos feitos, é um ambiente de degradação humana. Não realiza o papel de ressocialização. Quem chega no sistema sai pior do que entrou.”

Barroso também sinalizou ser contrário à redução da maioridade penal, pois acredita que o sistema carcerário já está muito sobrecarregado para suportar novas demandas.

A portaria com a nomeação de Luís Roberto Barroso para o cargo de ministro do Supremo foi publicada na edição de hoje [3] do Diário Oficial da União. Ele deve tomar posse [4] no dia 26.

Na quarta-feira (5), Barroso teve o nome aprovado no plenário do Senado [5], com 59 votos favoráveis e 6 contrários, depois de passar por sabatina [6] na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Edição: Juliana Andrade

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