Moradores da Rocinha e parentes do pedreiro Amarildo de Souza protestam

Imagem:

Compartilhar:

Polícia reconstituirá percurso de Amarildo até a UPP da Rocinha

Criado em 17/08/13 14h01 e atualizado em 17/08/13 14h13
Por Douglas Corrêa Edição:Marcos Chagas Fonte:Agência Brasil [2]


Rio de Janeiro - O advogado João Tancredo, que defende a família do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 47 anos, desaparecido desde 14 de julho quando foi levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Gávea, entrou, nesta semana, na Justiça, com pedido de indenização ao Estado pelo desaparecimento da vítima. "Embora o corpo não tenha aparecido, todos nós sabemos, parece bastante óbvio, que Amarildo foi morto dentro da unidade policial não temos mais dúvida disso, e a família tem certeza e de lá retiraram seu corpo", disse.

A Divisão de Homicídios realizará, no início da semana, a reconstituíção dos passos de Amarildo de Souza, desde a hora em que ele foi retirado de casa, na Rua Dois, e levado para a subsede da UPP e, de lá, transferido para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora, na parte alta da Rocinha, sem nunca mais ter sido visto.

Segundo o advogado, Amarildo de Souza foi morto dentro da sede da UPP da Rocinha e não existe nenhuma outra prova de que a vítima saiu de lá andando. João Tancredo disse que tem duas câmeras que estão posicionadas entre 10 e 20 metros da sede da UPP e estavam desligadas. "Mas tinham outras duas mais abaixo da UPP, tanto que filmaram o veículo policial entrando na unidade e uma outra na escadaria, que seriam os dois locais por onde Amarildo poderia ter saído, não tem outra saída", defendeu.

O advogado diz que conversou com o titular da Divisão de Homicídios, delegado Rivaldo Barbosa, se haveria a hipótese de Amarildo ter sido morto pelo tráfico de drogas e seu corpo queimado em pneus que os traficantes chamam de "micro-ondas". João Tancredo acrescentou que o policial disse que "com as buscas nada foi localizado na comunidade".

Segundo o advogado, a família reivindica dano material com o pagamento de uma pensão mensal, até a sobrevida de Amarildo, de mais 35 anos, com pagamento mensal até os 82 anos de idade. Além disso, o advogado requer, também, tratamento psicológico para a família. "Ninguém passa por um trauma desses e continua sadio. Podem dizer que eles são pobres e estão acostumados às adversidades da vida. Isso não é verdade. Pobre também tem direito a tratamento”.

A outra parte da indenização refere-se ao dano moral e consiste no pagamento de indenização pelo sofrimento causado pela perda prematura de Amarildo. "Esse valor não é um pedido certinho. Na verdade, você indica ao juiz o que aconteceu e o magistrado vai arbitrar, considerando a gravidade do caso, a vida humana e a capacidade econômica, que é o que a família pretende, uma indenização justa pela morte de Amarildo", disse Tancredo.

Edição: Marcos Chagas

 

Tags:  advogado [3], Agência Brasil [4], Amarildo [5], assassinato [6], indenização [7], investigações [8], Justiça [9], nacional [10], pensão [11], reconstituição [12], Rio de Janeiro [13], Rocinha [14], UPP [15]
Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia [16] Fazer uma Reclamação [16] Fazer uma Elogio [16] Fazer uma Sugestão [16] Fazer uma Solicitação [16] Fazer uma Simplifique [16]

Deixe seu comentário