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EBC lança Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça no Rio

Criado em 28/07/14 21h54 e atualizado em 29/07/14 10h16
Por Cristina Indio do Brasil Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil [2]

A diretora de Programas da Secretaria de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Mônica Oliveira, lançou nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, o programa Pró-Equidade de Gênero e Raça da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Na ocasião, ela disse que o problema não é que sejamos diferentes, o problema é quando as diferenças se convertem em desigualdades. “É contra isso que estamos batalhando. Não é para todos sermos iguais, com coisas completamente homogenizadas. Não é isso. É que as diferenças sejam entendidas como valores”, explicou.

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Na avaliação da ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, e representante da Fundação Ford no Brasil, Nilcéa Freire, é impossível pensar em desigualdade de gênero, sem pensar em desigualdade racial. Ela lembrou que no início do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, que já atingiu a quinta edição, somente as empresas públicas participaram, mas hoje companhias privadas também aderiram e desenvolvem ações entre os seus empregados. A ex-ministra disse que o próximo passo é aprovar, no Congresso, um projeto de lei, ora em discussão pelos parlamentares, para garantir os mesmos espaços para homens e mulheres nas empresas do país.

“Uma das questões era a criação das comissões de gênero e raça das empresas. Ela anão teriam um papel meramente aconselhador, mas de fiscalização se os princípios que definem a igualdade entre homens e mulheres no âmbito do trabalho estavam efetivamente executados e atingidos”, explicou.

A proposta prevê ainda que ao ser transformado em lei, as empresas que não cumprirem as premissas podem ser excluídas do cadastro de compras públicas. “O que é um enorme prejuízo para as empresas. E a gente sabe que o povo se mexe quando dói no bolso”, disse, acrescentando que acredita na aprovação do projeto de lei no ano que vem.

Para Mônica Oliveira, a questão de gênero e as ações pró-mulheres , no Brasil, estão melhor absorvidas do que a questão racial e, portanto, é preciso ter uma atenção diferenciada. A diretora destacou que a EBC dará um passo importante neste sentido quando começar a exibir a novela Windeck - O Preço da Ambição, gravada em Angola e Portugal, dentro de um acordo entre a EBC e a Seppir. Ela lembrou que a produção com cerca de 90% dos profissionais negros, concorreu em 2013 com novelas brasileiras ao prêmio Emmy Internacional de Melhor Telenovela. De acordo com a superintendente Regional Sudeste da EBC, Joice Pacheco, a novela vai entrar no ar até o final do ano.

A diretora de Jornalismo da EBC, Nereide Beirão, disse que a empresa atualmente já tem preocupação com a discussão do tema de discriminação e preconceito em todas as áreas, mas é importante que todos os profissionais entendam que isso é uma política da empresa. “Essa determinação já existe no Manual de Jornalismo. A gente sente tanto na Agência Brasil e na TV Brasil, como nas rádios. Mas o fato de a EBC ter aderido ao programa reforça isso para todos os funcionários. Na pauta, no dia a dia do trabalho, no respeito na relação de trabalho e na vivência. Acho que é fundamental”, analisou.

A coordenadora-geral de Autonomia Econômica das Mulheres, da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), Simone Schäffer, disse que na primeira edição havia 15 empresas participantes, todas públicas, e nesta versão do programa são 83, entre públicas e privadas. Ela destacou que algumas das integrantes desde o começo da iniciativa resolveram continuar, participando e se aprimorando. Entre os resultados positivos, ela deu como exemplo o aumento da participação das mulheres em cargos de direção, o crescimento de campanhas de enfrentamento da violência, a licença maternidade ampliada e adaptações necessárias para a convivência dos empregados. “Nós temos empresas que antes, quase que exclusivamente, eram de homens, e fizeram adaptação no vestuário e equipamentos de proteção. Nos seus ambientes, onde antes não tinha vestuário feminino, hoje têm banheiros masculinos e femininos. Houve discussão e tudo teve que ser implementado. Nas empresas que participam já existe uma mudança nesta cultura”, comentou.

Simone Schäffer revelou que até agora, a EBC é a única empresa de comunicação a aderir ao programa. Por isso, é uma satisfação grande para a secretaria, porque a mídia tem papel importante na formação da opinião. Segundo Norma Lambertucci, coordenadora do Comitê Nacional do Programa na EBC, a adesão foi em março e a empresa terá 24 meses para executar o plano de ação. Já foram eleitos os cinco comitês regionais [Rio, Brasília, São Paulo, Maranhão e Tabatinga] e levantadas as metas de trabalho. Em setembro haverá uma auditoria da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e se 70% das metas do plano de ação forem cumpridas no ano que vem, a empresa ganhará um selo de certificação. “Ao assinar a adesão ao programa nos comprometemos a fazer as ações, então temos que seguir. É um trabalho coletivo”, explicou.

A coordenadora do Comitê do Rio, Priscila do Espírito Santo, disse que a implementação do programa é um grande desafio para a empresa, e estão presentes nas discussões representantes de diversos setores. "A gente está aberto a participações ", contou.

A representante da Comissão dos Empregados da EBC no Rio de Janeiro, Carolina Barreto, lembrou que a adesão da empresa ao programa era uma reivindicação antiga dos empregados. "O programa já está mudando a gestão na empresa, que foi a ampliação da licença-parternidade de cinco para sete dias", destacou, completando que na própria comissão a presença de mulheres aumentou de uma para sete.

 

Editor: Stênio Ribeiro

Tags:  Geral [4], Programa Pró-Equidade [5], gênero e raça [6], EBC [7], SPM [8], Seppir [9], racismo [10], discriminação [11]
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