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FAO: cooperação internacional fortalecerá agricultura familiar no mundo

Criado em 16/10/14 17h44 e atualizado em 16/10/14 19h39
Por Andreia Verdélio Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil [2]

Hoje (16) é comemorado o Dia Mundial da Alimentação e, para o representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, a solidariedade internacional é peça chave para o fortalecimento da agricultura familiar e a erradicação da fome, com oferta de alimentos saudáveis e produção sustentável.

“É preciso mais compromisso político no mundo. É importante trabalhar com as receitas básicas para prover recursos aos mais pobres, gerar emprego e outras oportunidades produtivas. E não é transferência só de dinheiro, a educação é tema central para a erradicação da fome e todo esse conhecimento que os países mais desenvolvidos têm não está sendo bem transferido”, disse Bojanic.

Com cerca de 805 milhões de pessoas que sofrem de fome crônica no mundo [3], as inovações para a agricultura familiar são o destaque da FAO neste dia, já que, segundo a organização, o setor produz mais de 80% dos alimentos do mundo.

Segundo Bojanic, a diferença de rendimentos agrícolas entre a agricultura familiar e de escala é muito grande, então é preciso fazer a diversificação de renda dessas famílias, para terem opções de desenvolvimento além do campo. Para ele, é importante também investir na modernização da produção, em inovações tecnológicas, como melhoramento de sementes, processos de armazenagem e logística de transporte.

O representante da FAO explica que em todos os países pode existir uma diferenciação entre os agricultores familiares, “mas em países menos desenvolvidos, como no Caribe, o Haiti, na América Central e principalmente na África temos uma grande quantidade de agricultores cumprindo seu papel mas que não são reconhecidos. Há produtores recebendo apoio, crédito, serviços de extensão e com a intensa participação da mulher na produção [4], mas tem um grupo que não é atendido pelo Estado. Por isso precisamos de políticas focadas nesses grupos mais vulneráveis, que também trabalham na manutenção da biodiversidade e na preservação de suas culturas”, disse Bojanic.

Ele cita os programas brasileiros como o Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) como modelos de fortalecimento a serem seguidos para manter a multifuncionalidade da agricultura familiar.

Segundo o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini, apesar de a agricultura familiar representar cerca de 25% do total da área das propriedades agropecuárias no Brasil, há um grande espaço para crescer em produtividade. Além das políticas de reforma agrária e de crédito fundiário, ele destaca as parcerias para a extensão rural e o convênio com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária para que os pequenos produtores possam também se apropriar das tecnologias agrícolas.

“E com estados e municípios há uma divisão de responsabilidades e um pacto para atuar de forma conjunta, temos o PAA e o Pnae que são operados por eles. Também não dá para falar em programas de governo se não fortalecermos o cooperativismo, que agrega valor para a comercialização e fortalece as políticas públicas”, disse Bianchini.

O secretário do MDA conta que o orçamento do Pronaf para a safra 2014/2015 é de R$ 24,1 bilhões e os agricultores contam ainda com uma política de seguros de contra eventos climáticos e oscilações de preços de produtos.

Para a erradicação da fome no Brasil, o representante da FAO, Alan Bojanic, destaca os trabalhos do governo federal no plano da segurança alimentar, como as ações de transferência de renda e os investimentos na merenda escolar. Segundo a FAO, no período de 1990 a 1992, 14,8% dos brasileiros passavam fome. Para o período de 2012 a 2014, o índice caiu para 1,7%, o que representa 3,4 milhões de pessoas.

“Grupos como os povos indígenas, ciganos, quilombolas, ribeirinhos ainda precisam de atenção, levando em conta as suas culturas. É preciso trabalhar com um enfoque transcultural, respeitando as tradições, mas para que eles possam ter mais possibilidades”, ressaltou Bojanic.

Editor Aécio Amado

Creative Commons - CC BY 3.0

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