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Empresas apresentam ao governo projetos alternativos de captação e reuso de água

Criado em 30/01/15 12h45 e atualizado em 30/01/15 14h01
Por Nielmar de Oliveira Edição:Valéria Aguiar Fonte:Agência Brasil [2]

água desperdício

As grandes indústrias abastecidas pela Cedae apresentarão projetos  de captação e reuso de água  para evitar o racionamento (Foto: Divulgação/Cesan)

Pelo menos quatro das grandes indústrias que são atualmente abastecidas pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), a partir do Sistema do Guandu, apresentarão hoje (30) ao governo do estado projetos alternativos de captação e reuso de água para evitar o racionamento nos próximos meses em razão da crise hídrica, que está se formando em decorrência da falta de chuvas.

Ontem (29) o governador Luiz Pezão anunciou a intenção de encaminhar, à Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), projeto de lei estabelecendo a obrigatoriedade da adoção, por parte das grandes industrias, de política de reuso de água.

Os representantes das indústrias estiveram reunidos, também, ontem, com o governo para discutir o problema. Eles terão que apresentar ainda hoje, um documento oficializando a necessidade mínima para o funcionamento das empresas.

Segundo informações do governo, elas terão que fornecer informações que apontem quantidade e qualidade da água utilizada para manter suas operações. Com estes dados, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa e o presidente da Cedae, Jorge Briard, esperam formatar um novo mecanismo de reuso da água destas indústrias.

Na ocasião, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, anunciou a adoção de uma política de governo permanente, incentivando a reutilização da água, até então, descartada na linha de produção das indústrias. A proposta foi comunicada, em particular, aos representantes das quatro principais empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz, convocados pelo secretário e pelo presidente da Cedae para avaliar a situação dos reservatórios que abastecem o estado do Rio de Janeiro.

Segundo André Corrêa, a situação destas empresas é particularmente mais grave porque utilizam a água do Rio Paraíba do Sul, abaixo do sistema de captação do Guandu, responsável pelo abastecimento de 9 milhões de habitantes da região metropolitana do Rio de Janeiro. O problema se agrava por conta da crise hídrica que afeta a Região Sudeste, a maior dos últimos 84 anos.

André Corrêa antecipou, ainda, que outros segmentos da indústria, que operam na região, também serão convidados para debater mecanismos que estimulem o consumo eficiente, em suas linhas de produção.

As informações do governo indicam que a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) será a próxima convocada para uma rodada de negociação, a fim de se adequar ao novo sistema. Hoje, a empresa detém uma outorga de captação de 2 metros cúbicos (m3) por segundo volume superior ao necessário. No caso específico da Reduc, este volume poderá ser revisto, e adotada uma solução semelhante à do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que já utiliza a água produzida a partir do esgoto tratado na Estação de Alegria, no Caju.

Como a prioridade é o consumo humano e as indústrias terão que se adequar à esta política de reuso, André Corrêa foi enfático ao afirmar que vai usar a prerrogativa da gestão de recursos hídricos, da legislação ambiental: “ Acredito que isso não vai acontecer, mas, nós podemos, sim, cassar outorgas de empresas”.

O sistema, administrado pela Cedae, foi projetado para operar com a vazão média de 250 m3 por segundo e vazão mínima de 190 m3. Atualmente, por causa da escassez de chuvas, a concessionária está operando com 145 m3 por segundo, conforme recomendação da Agência Nacional de Águas (ANA) para compensar o período prolongado de seca na região.

O problema das indústrias se tornou mais preocupante, na reunião de quarta-feira (28) em Brasília. A ANA acenou com a possibilidade de propor a redução para 110 m3 por segundo. Para o secretário, essa redução torna a situação do estado do Rio insustentável.

“Ela é extremamente limitante. A gente entende a gravidade do problema de São Paulo, todos nós somos brasileiros, mas a gente acredita que esse número dificulta muito, torna praticamente inviável a gestão de recursos hídricos do Rio de Janeiro”, reconheceu André Corrêa.

 

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