Cerca de 200 haitianos aguardam visto provisório para trabalhar no país. Eles vivem em condições precárias e se alimentam de doações.

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Acre pede ajuda para haitianos abrigados em Brasiléia

Criado em 16/01/14 15h14 e atualizado em 16/01/14 16h13
Por Carolina Gonçalves Edição:Beto Coura Fonte:Agência Brasil [2]

Brasília – O governo do Acre deve anunciar, nos próximos dias, medidas emergenciais para atender 160 mulheres e dez crianças haitianas abrigadas em Brasiléia, a 200 quilômetros da capital, Rio Branco. O abrigo acolhe 1,2 mil pessoas que entraram no Brasil de forma irregular, pela fronteira com a Bolívia e com o Peru.

Criado pela União e mantido em parceria com o governo estadual, o abrigo deveria receber 450 pessoas, mas atingiu, este ano, quase o triplo da capacidade. A ideia, segundo o secretário de Direitos Humanos do estado, Nilson Mourão, é encontrar uma forma de oferecer melhores condições a mulheres e crianças.

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“Para o resto [dos haitianos] não tem jeito, não tem saída”, antecipou Mourão que esteve hoje (16) no município. Ele disse concluirá um relatório com detalhes sobre a situação, para que o governador Tião Viana tente encontrar ajuda no governo federal.

“A qualquer momento podemos viver uma tragédia por doença ou fogo. Temos problemas de água, logística e alimentação. São 3,6 mil refeições por dia”, descreveu. A proposta do secretário é suspender a entrada dos imigrantes “até que os abrigados sigam viagem, porque elas não vêm para ficar no Acre. Querem seguir para São Paulo ou para o Sul do país”, disse. Outra possibilidade é a abertura de um segundo abrigo.

Pelas contas do governo acreano, mais de 15 mil pessoas passaram pela fronteira desde dezembro de 2010. O número é maior do que o de habitantes da área urbana da cidade de Brasiléia, que é de 10 mil pessoas. O movimento na fronteira do Brasil com o Peru quase triplicou em uma semana, com a entrada de mais de 70 haitianos por dia.

O representante da secretaria que trabalha em Brasileia, Damião Borges, lembrou que as empresas que contratam os migrantes atuam em setores como o da construção civil e metalurgia e, por isto, procuram, basicamente, mão-de-obra masculina.

“Em cada dez pessoas, quatro mulheres chegam, muitas idosas, doentes e crianças. Além disto, das 10 mil pessoas contratadas por empresas, 5 mil largam o emprego nos primeiros três meses”, explicou.

Damião Borges disse que enfrenta um outro problema: a insatisfação dos moradores com as dificuldades de acesso aos serviços básicos, como o sistema de saúde, porque os haitianos também devem ser atendidos. “A população não tem aguentado mais e a gente [governo do estado] sente a pressão”, disse.

Edição: Beto Coura

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