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Cerca de 894 milhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico no mundo
Criado em 21/03/13 12h23
e atualizado em 21/03/13 13h32
Por Allan Walbert
Edição:Priscila Ferreira
Fonte:Portal EBC
Apenas 2,5% de toda a água existente no mundo é doce. A já reduzida porcentagem fica ainda menor (0,3%) quando se fala em água fresca, de fácil acesso, disponível em lagos, lagoas, rios e riachos. Mas a interferência humana de modo agressivo e desordenado vem piorando a disponibilidade de recursos hídricos. Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água – em 22 de março – campanhas alertam sobre a ameaça da poluição a ambientes aquáticos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que diariamente dois milhões de toneladas de resíduos humanos são colocados em ambientes aquáticos. A produção de poluentes orgânicos despejados na água pelo setor de alimentos chega a 40% em países de alta renda e 54% em países de baixa renda.
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Além de contribuir para a mortalidade nos rios e atingir diretamente as comunidades ribeirinhas, a poluição vem associada a outro fator de risco apontado por organismos internacionais e nacionais: o saneamento básico. Com a ação degradante do homem sobre o recurso e os altos preços para a despoluição hídrica, falta água no mundo para surprir as necessidades mais básicas da população.
Ainda de acordo com a ONU, cerca de 894 milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a condições sanitárias adequadas. A cada vinte segundos, uma criança morre vítima de doenças causadas pela falta de saneamento básico, a exemplo da diarréia. Para se ter uma ideia, a África Subsaariana gasta pelo menos 12% do orçamento destinado à saúde pública no tratamento dessa enfermidade.
Brasil
No Brasil, um dos principais fenômenos responsáveis pela poluição dos recursos hídricos foi a urbanização. Isso porque o crescimento da população das cidades não foi acompanhado pelo aumento proporcional dos serviços de coleta sanitária e tratamento de esgotos. Para a Agência Nacional de Águas (ANA), conforme análises contidas no Panorama de Qualidade de Águas Superficiais, “atualmente, os esgotos domésticos representam a principal pressão sobre os recursos hídricos do país”.
Quando se fala em técnicas para tratamento de esgotos, os efluentes podem passar por quatro estágios – do preliminar ao terciário. Apenas o tratamento terciário retira nutrientes como o fósforo, principal responsável pelo processo de eutrofização das águas doces. A eutrofização pode ser ententidade como processo derivado da poluição em que ocorre diminuição do nível de oxigênio, excesso de algas que se alimentam desses resíduos, e a consequente morte de diversos organismos vivos, como os peixes. Do volume total de esgotos tratados por dia no Brasil, apenas 10% passam por tratamento terciário (ver infográfico abaixo).
Além da urbanização, a ANA aponta outros fatores de pressão sobre as águas brasileiras. Industrialização, desmatamento, uso de fertilizantes e agrotóxicos, salinização e mineralização são algumas das ameaças.
Confira no infográfico abaixo dados e análises sobre a poluição, saneamento básico e qualidade das águas no Brasil e no mundo
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