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Pesquisadores avaliam as causas do fim da pororoca em rio do Amapá

Criado em 27/07/15 17h57 e atualizado em 27/07/15 18h09
Por Michelle Moreira Fonte:Rádio Agência Nacional [2]

Há quase dois anos o fenômeno da Pororoca não acontece mais no Rio Araguari, no extremo leste do estado do Amapá. O rio integra a reserva do Lago Piratuba. A manifestação natural é caracterizada por grandes e violentas ondas que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as do rio.

No próximo dia 30, uma equipe de pesquisadores coordenados pela Secretaria estadual de Meio Ambiente faz uma expedição à foz do rio para colher informações que possam ajudar a entender por que o fenômeno desapareceu no Araguari.

Ouça no áudio da Radioagência Nacional:

Pesquisadores avaliam as causas do fim da Pororoca em rio do Amapá 

 

Entre as causas apontadas para o fim da Pororoca é a criação de bubalinos. Os animais provocam a abertura de vários canais de drenagem, o que contribui para o assoreamento do rio.
 
A chefe da reserva, Patrícia Pinha, diz que falta controle do estado sobre a criação dos bubalinos. " Esta responsabilidade de que a pecuária bubalina não cause uma série de impactos ambientais é de responsabilidade do estado do Amapá. E aqui no Amapá não existe nenhum tipo de autorização ambiental. Não tem licenciamento ambiental. Ela é feito sem muitos critérios. Ele tem causado vários impactos dentro da reserva, no entorno da reserva."
 
Walzinto Martins, membro da Associação dos Pecuaristas do Amapá, afirma que há dois anos o rio perdeu a força e culpa a ação das hidrelétricas na região. " O búfalo já está há mais de cem anos na região. Sempre foi criado lá. Nunca teve problema. Nos últimos dois anos atrás é que teve problema. O rio Araguari deve ter uns duzentos quilômetros de extensão ou mais. Já tinha uma barragem há quarenta anos atrás. Ano passado fizeram duas. Uma pertinho da outra. Essa barragem é que tá ocasionando isso. O que eu vejo. Eu sou pecuarista, sou da região, sou ribeirinho."
 
Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Marcelo Creão, outra hipótese é o desmatamento de matas ciliares, vegetação que fica à margem do rio. Mas ele afirma que não se pode falar em uma única causa para o fim da pororoca no Araguari. "Isso é uma conjunção de diversos fatores da região toda. Deveria ter sido feito a época uma avaliação ambiental integrada que visualiza todos os empreendimentos. Todos os usos e usuários desta bacia hidrográfica."
 
Além da expedição do dia 30 de julho, estão previstas outras duas entre setembro e outubro e a última no final do ano. De acordo com o secretário, o objetivo é reunir informações para que se possa entender por que o fenômeno deixou de acontecer e a partir disso buscar reverter a situação.
 
O Rio Araguari nasce no norte do Amapá e corta sete municípios até a costa leste do Estado. O encontro das águas do rio com as do Oceano Atlântico formava uma onda que percorria mais de dez quilômetros. O último registro do fenômeno ocorreu em 2013.

Creative Commons - CC BY 3.0

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