Aedes aegypti também é transmissor do Zika Vírus

Imagem:

Compartilhar:

Saúde [1]

Zika vírus: conheça os sintomas e saiba como se prevenir da doença

Criado em 05/05/15 19h31 e atualizado em 09/12/15 20h35
Por Fernanda Duarte Fonte:Portal EBC*

O Ministério da Saúde [2] confirmou na quinta-feira (14/11) um total de 16 casos de zika vírus no país [3] – oito na Bahia e oito no Rio Grande do Norte. A doença é transmitida por meio da picada do Aedes aegypti, mesmo mosquito transmissor da dengue.

Após o registro de vários casos de pessoas com erupções na pele e sintomas parecidos com a dengue em estados do Nordeste, o Ministério da Saúde, com o apoio de equipes das secretarias de saúde locais, coletou dados e amostras de sangue das vítimas e segue investigando os casos para definir os agentes causadores e adotar ações de vigilância, prevenção e controle complementares no país.

A análise feita pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (ICS/UFBA), apresentou amostras com resultado preliminar de zika vírus. Essas amostras foram encaminhadas aos laboratórios de referência Instituto Evandro Chagas e ao Centro de Controle, que atestou positivo para o exame de 16 pessoas que apresentaram resultados preliminares para o vírus. 

A suspeita é de que o vírus, que está sendo identificado pela primeira vez na América Latina, tenha chegado ao país durante a Copa do Mundo, trazido por turistas africanos ou asiáticos, regiões onde a doença é bastante comum.

Confira a reportagem do Repórter Maranhão sobre o caso:

Creative Commons - CC BY 3.0 - Nova virose se espalha pelo Brasil

Antes do resultado preliminar apontar para o zika vírus, as autoridades locais de saúde estavam trabalhando com a hipótese de que os sintomas apresentados pelos doentes pudessem ter sido causados por roséola ou parvovírus-B19.

O que é o zika vírus?

Da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus, o zika vírus provoca uma doença com sintomas muito semelhantes ao da dengue, febre amarela e chikungunya.

O vírus foi isolado pela primeira vez no fim da década de 1940, por meio de estudos realizados em macacos que habitavam a floresta de zika, na Uganda.

O primeiro caso da doença documentada em um humano é de 1964 e relata os mesmos sintomas observados atualmente. O primeiro surto da doença observado fora dos continentes da Ásia e da África foi registrado em 2007, na Oceania.

Quais são os sintomas provocados pelo zika vírus?

De baixa letalidade, a chamada febre zika causa febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores nas articulações) e exantema maculo-papular (manchas ou erupções na pele com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.

Como o zika vírus é transmitido?

O zika vírus é transmitido pela picada dos mosquitos da família Aedes (aegypti, africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus). A partir da picada infectada, a doença tem um período de incubação de aproximadamente quatro dias até os sintomas começarem a se manifestar e os sinais e sintomas podem durar até 7 dias.

Qual é o tratamento para o zika vírus?

Como não existe um medicamento específico contra o vírus, o tratamento feito apenas para aliviar os sintomas. Assim, o uso de paracetamol, sob orientação médica, é indicado nesses casos.

Conforme orientações do Ministério da Saúde, deve-se evitar o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue.  

Como se prevenir do zika virus?

Como o zika vírus é transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, as medidas de prevenção e controle são as mesmas já adotadas para a dengue, febre amarela e chikungunya, como eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitando deixar água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas, fazer uso de repelentes [4], entre outros.

Há relação entre o zika virus e microcefalia?

A microcefalia é uma malformação congênita associada a uma série de fatores de diferentes origens, como uso de substâncias químicas durante a gravidez, como drogas, contaminação por radiação e infeccção por agentes biológicos, como bactérias, vírus e radiação. No dia 17 de novembro, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, apontou a existência de uma forte relação entre a circulação do zika vírus e a ocorrência de casos de microcefalia em algumas regiões do país [5]. De acordo com ele, resultados de exames feitos em dois fetos com microcefalia mostraram que as gestantes foram infectadas pelo zika. Porém, ainda não há nenhum estudo conclusivo e uma força-tarefa foi criada pelo governo para investigar melhor os casos.

Por enquanto, o Ministério da Saúde recomenda às gestantes que façam exames de pré-natal, evitem álcool e drogas, não usem medicamentos sem orientação médica e se protejam de mosquitos. Também é importante que as gestantes e suas famílias adotem medidas que possam reduzir a presença dos mosquitos transmissores de doenças, retirando recipientes que tenham água parada e cobrindo adequadamente locais de armazenamento de água, colocando telas em portas em janelas ou mantendo-as fechadas. Outra recomendação é para que as gestantes usem calça e camisa de manga comprida e utilizem repelentes para evitar as picadas.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou em nota [6], nesta quarta-feira (09/12), que não há qualquer comprovação científica que ligue ocorrências de problemas neurológicos em crianças e idosos ao vírus zika até o momento. A instituição esclarece que o zika pode provocar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em qualquer paciente, independente da idade, assim como outros vírus, como varicela, enterovírus e herpes.

 
* Matéria atualizada no dia 9/12/2015 para inserção de informações da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) sobre supostas sequelas neurológicas causadas pelo zika vírus.
Tags:  zika vírus [10], Dengue [11], Aedes aegypti [12], mosquito transmissor [13], doença [14], saúde [15]
Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia [16] Fazer uma Reclamação [16] Fazer uma Elogio [16] Fazer uma Sugestão [16] Fazer uma Solicitação [16] Fazer uma Simplifique [16]

Deixe seu comentário