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Brasil se prepara para voltar ao ranking mundial de produtores de diamantes
Criado em 19/08/14 18h50
e atualizado em 19/08/14 19h16
Por Alana Gandra
Edição:Stênio Ribeiro
Fonte:Agência Brasil [2]
Embora não apareça entre os grandes fornecedores mundiais de diamantes, o Brasil voltará em breve ao cenário internacional de exportadores do produto, de acordo com Jurgen Schnellrath, coordenador do novo Laboratório de Pesquisas Gemológicas (Lapege) [3] do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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Ele disse hoje (19) à Agência Brasil que pesquisadores nacionais já começam a trabalhar a possibilidade de lavrar o diamante na rocha primária, fora dos rios e aluviões, e isso vai alteral o perfil da produção brasileira de diamante, que hoje resulta basicamente da garimpagem, que é uma atividade informal e de baixa produtividade.
Schnellrath informou que em 2015 será feita a primeira operação de lavra na rocha primária, o que colocará o país em um novo patamar na produção de diamantes. A partir da primeira descoberta de diamante em rocha primária, no município de Braúnas, na Bahia, ele acha que a tendência é de aumento exponencial. “Sabemos que o potencial geológico existe no país. É uma questão também, infelizmente, de esperar o novo marco regulatório da mineração, que está segurando os investimentos”, acrescentou. Mas reafirmou que "a tendência é favorável”.
O projeto de Braúnas está sendo tocado pela empresa Lipari Mineração, de origem canadense, e deverá entrar em operação no ano que vem. O pesquisador do Cetem informou que há outros locais favoráveis para a lavra do diamante em rocha primária, na região do Triângulo Mineiro, como a Serra da Canastra e o município de Coromandel. Nessas localidades, especialmente em Coromandel, foram encontrados em áreas secundárias, de aluviões, os maiores diamantes do Brasil, com 500 e 800 quilates, lembrou.
Schnellrath descartou que a descoberta em Braúnas possa despertar uma corrida para esses locais, “porque a lavra em rocha primária não é coisa para garimpeiro. É uma lavra difícil, que exige equipamento pesado, muito investimento, e é um projeto de longo prazo”. O garimpeiro, ao contrário, trabalha de forma tradicional, na superfície. No caso do diamante primário, é preciso aprofundar-se a até centenas de metros, disse. “E, às vezes, ainda partir para uma lavra subterrânea, em alta profundidade. Então, não é coisa para garimpeiro”, sustentou.
Por isso, ele acredita que a descoberta em Braúnas não levará a uma corrida pelo diamante no país. Isso aconteceria se houvesse a ocorrência de novos jazimentos aluvionários e se fosse liberada a exploração em terras indígenas, por exemplo, disse ele.
Editor: Stênio Ribeiro
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