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Estudo aponta impacto do transplante de células-tronco nas imunodeficiências
Criado em 28/02/15 15h53
e atualizado em 28/02/15 17h22
Por Flávia Villela
Edição:Stênio Ribeiro
Fonte:Agência Brasil [2]
Transplantes de células-tronco hematopoiéticas têm sido decisivos no tratamento de imunodeficiências congênitas no Brasil. É o que comprovou um estudo [3] do Grupo de Trabalho de Transplante Pediátrico, da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), apresentado no início do mês, em San Diego, nos Estados Unidos, durante encontro internacional.
O estudo avaliou 166 pacientes com imunodeficiência primária, submetidos ao transplante entre 1992 e abril de 2014, em dez diferentes centros transplantadores do país, entre instituições públicas e privadas. A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com menos de 3 anos de idade, visto que a doença se manifesta quase sempre de maneira precoce e apresenta alto índice de morbimortalidade, se não diagnosticadas na fase inicial.
De acordo com a coordenadora do levantamento na Universidade Federal do Paraná, Carmem Bonfim, o transplante de células-tronco hematopoiéticas é curativo na maioria dos casos de imunodeficiências primárias.
“Esses resultados nos possibilitam obter referenciais de condutas terapêuticas e, com isso, aperfeiçoar e ampliar a capacidade de realização destes procedimentos em países como o Brasil”, ressaltou.
No caso da imunodeficiência combinada grave e da síndrome de Wiskott-Aldrich, a sobrevivência global em três anos foi de 60% e 79%, respectivamente. “Sem o transplante, a grande maioria dos bebês com imunodeficiência combinada grave morre antes de completar um ano de vida”, esclareceu Carmem.
Ela lamentou que no Brasil o maior problema ainda seja o diagnóstico precoce para o tratamento adequado, a tempo, dessas crianças. Faltam leitos e estrutura adequados para o transplante, mas estima-se que dezenas de crianças morram anualmente por não terem sido diagnosticadas a tempo de começarem o tratamento, ou mesmo o transplante”, comentou ela.
As imunodeficiências primárias somam ao todo mais de 200 tipos de doenças hereditárias, e são quase todas raras. Elas alteram os mecanismos normais de defesa do organismo e aumentam as chances de infecções e outras doenças.
Apenas alguns centros são capacitados a realizar o procedimento no país. O primeiro transplante desse tipo, no Brasil, foi feito em 1992, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
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