Caminhos da Reportagem discute a violência contra a população transexual no país

Publicado em 30/06/2016 - 15:15
Em apenas seis anos, mais de 600 transexuais foram assassinados no Brasil

O programa Caminhos da Reportagem desta quinta (30) investiga por que o Brasil é o país que mais mata transexuais. Em seis anos, 604 transexuais foram mortos no território nacional, sem contar os casos não conhecidos já que os números são subnotificados. A matéria especial vai ao ar às 22h na TV Brasil.

A equipe da emissora entrevista pessoas que sofreram na pele o preconceito. "A gente apanha primeiro da família pra não ter trejeitos femininos, e depois a gente vai pra rua e apanha muito", revela Fernanda Cunha Falcão.

Histórias de agressões, violência e até transfobia acompanham um transexual quando este assume a nova identidade de gênero. "Quando o médico diz 'parabéns, você vai ter um menino ou uma menina', o olhar do médico está ali, na genitália, porque supõe-se que todo o significado e sentido para a nossa vida é derivado dessa genitália", afirma Berenice Bento, professora de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Leo Moreira Sá, ator e jornalista, nasceu Lourdes e tomou um susto quando a mãe pediu para ele vestir a saia do uniforme da escola aos dez anos de idade. Já Christiane Falcão, que se chamava Adenildo de Oliveira Falcão Junior, pergunta à equipe de reportagem da TV Brasil: "Você quer saber meu nome de batismo ou civil?", dilema comum dos transexuais que gera situações constrangedoras quanto ao uso do nome social.

Maria Clara de Sena, funcionária pública de Pernambuco, trabalha na prevenção e combate à tortura no Brasil. Durante uma visita a uma penitenciária de Recife, foi ameaçada por um agente com um revolver na cabeça. "Ele não respeitou a minha identidade, só queria me chamar de João e disse que se eu prestasse queixa, me mataria", revela a vítima.

A transexual hoje vive sob proteção do estado e teve que mudar de endereço. Como Maria Clara, as mulheres trans de Pernambuco lideram as estatísticas de mortes. "É como se a travesti afrontasse a masculinidade do nordestino", sugere Thiago Pereira Rocha, educador social no Instituto Papai.

Serviço
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (30), às 22h, na TV Brasil

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