Expresso Sul vai até Ouro Preto mostrar festividades da Semana Santa

Publicado em 13/09/2016 - 14:01

Programa traça um panorama histórico sobre a cidade mineira

Programa traça um panorama histórico sobre a cidade mineira

O episódio da série Expresso Sul desta terça (13) para quarta (14), à meia-noite, na TV Brasil, destaca a confecção dos tradicionais tapetes de Corpus Christi pela população de Ouro Preto, em Minas Gerais. O programa acompanhar as celebrações religiosas e a procissão pelas ruas da cidade histórica.

A atração explica que é costume em muitas regiões ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. No feriado de Corpus Christi, centenas de fiéis visitam Ouro Preto para participar e prestigiar as festividades do feriado santo em busca de fé e religiosidade. O atrativo principal é a procissão que leva os fiéis de uma igreja a outra e a montagem dos belos tapetes feitos de serragem.

Apenas quatro quilômetros separam a Matriz do Pilar, local do início da procissão, da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, onde a cerimônia termina. Os famosos tapetes que atraem vários turistas todos os anos são decorados com serragens tingidas em diversas cores, sal grosso, adornos e flores. O trabalho envolve toda a comunidade local. A confecção desses tapetes começa na quarta-feira à noite para para que os fiéis possam percorrer por ruas coloridas, e festejar a presença de Cristo na Eucaristia.

As festividades de comemoração de Corpus Christi em Ouro Preto preservam na sua essência os ritos praticados no início do século XX. Naquela época, as ruas eram enfeitadas para a passagem das procissões. Os moradores lavavam as ruas em frente as suas casas e jogavam areia branca e fina nas calçadas. Sobre ela colocavam folhas de laranjeira e pétalas de flores. Nas janelas e varandas eram colocadas as mais belas colchas de renda ou damasco. Jarros de flores completavam a decoração, colorindo as ruas e dando à cidade um ar de alegria.

Maior conjunto homogêneo de arquitetura barroca do Brasil, Ouro Preto é uma joia rara encravada entre as montanhas de Minas Gerais. No auge do ciclo do ouro, diversas construções foram erguidas por artistas e escravos que, dos modelos europeus, criaram um estilo nacional. Com o declínio do garimpo, no final do século XVIII, a cidade viu sua intensa movimentação social reduzida à administração burocrática do estado. A transferência da capital para Belo Horizonte, em 1897, trouxe à cidade um isolamento ainda maior.

Se para a economia do município estas perdas foram enormes, seu patrimônio histórico agradece a distância da modernização a que a cidade ficou relegada. Em 1938, o poeta Manuel Bandeira escreveu: "Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade morta. (...) Ouro Preto é a cidade que não mudou, e nisso reside seu incomparável encanto".

Da visita do poeta Bandeira até hoje muita coisa mudou. O trânsito desordenado, reformas sem autorização em imóveis tombados e a ocupação de sítios históricos e encostas da cidade são alguns dos desafios enfrentados hoje pela cidade barroca e pelo Iphan, órgão responsável por sua preservação.

Serviço:
Expresso Sul – terça (13) para quarta-feira (14), à meia-noite , na TV Brasil.

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