Viva Maria faz Roda de Conversa na comemoração dos 35 anos do programa

Publicado em 13/09/2016 - 15:34 e atualizado em 13/09/2016 - 17:33

Por Gecom Editor Gecom

Divulgação/EBC

O Programa Viva Maria celebra 35 anos no ar nesta quarta-feira, 14 de setembro, com uma Roda de Conversa especial para os ouvintes, às 10h, no Espaço Cultural da EBC, em Brasília.

Participam da comemoração, a jornalista Marina Pita, representante do Instituto Patrícia Galvão, que vai compartilhar com o público análises de mídia feitas durante a Olimpíada Rio 2016 sobre a imagem das atletas femininas, e a professora da Universidade Católica de Brasília, Isabel Clavelin, pesquisadora em Comunicação Social.

O Viva Maria é apresentado desde seu início, em 14 de setembro de 1981, pela jornalista Mara Régia. O programa deu origem ao Dia Continental da Imagem da Mulher na Comunicação. A data foi estabelecida na Argentina, durante o 5º Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, no ano de 1990, em reconhecimento à luta realizada pela radialista.

O programa contribuiu para a conscientização de temas em defesa dos diretos das mulheres. As campanhas públicas pela criação da primeira Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM) e do Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal tiveram expressiva mobilização do Viva Maria.

O programa é veiculado de segunda a sexta, em diferentes horários, na Rádio Nacional da Amazônia (OC 11.780 KHz e 6.180KHz), na Rádio Nacional de Brasília (AM 980 KHz), na Nacional do Rio de Janeiro (AM 1.130 KHz) e na Nacional do Alto Solimões (AM 670kHz / FM 96,1 MHz), e também pode ser ouvido no site das Rádios EBC (Link).

Confira abaixo a entrevista com a apresentadora do programa, a jornalista Mara Régia

Quais as principais conquistas do Viva Maria nesses 35 anos?

O programa teve o privilégio de nascer nos anos 80 que foram determinantes para a cidadania das mulheres do Brasil. Sua vocação ativista se consolidou no período pré e pós-Constituinte, quando o Viva Maria, afinado com a luta dos grupos e movimentos de mulheres, ganhou as ruas da Capital da República em busca de apoio às principais reivindicações da plataforma feminista na Constituição de 1988.

Viva Maria foi berço da criação do Fórum de Mulheres do Distrito Federal com vários desdobramentos políticos e culturais que, ao longo dos anos, foram sendo fortalecidos e ampliados por meio de políticas públicas, como os centros de atenção, delegacias de atendimento à mulher, juizados especializados e, há dez anos, a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006. Além disso, o Viva Maria sempre animou sua audiência a refletir sobre a pouca representatividade das mulheres no cenário político e nacional.

Viva Maria sempre se dispôs a chamar a atenção de seu público para o papel central dos meios de comunicação na valorização dos direitos humanos das mulheres, negras e negros, crianças e adolescentes, população idosa e pessoas com deficiência física. Viva Maria faz desse desafio sua prática diária na construção de uma cultura de paz que respeite a diferença com direitos iguais.

Ao mesmo tempo, Viva Maria se multiplica em oficinas de rádio voltadas para o direito à comunicação e a questão de gênero. De Norte a Sul aposta na formação crítica de lideranças dos movimentos sociais e comunicadoras/es comunitários. Tudo isso em nome de uma comunicação inspiradora: ética, responsável, plural e diversa.

Quais histórias mais marcantes que sintetizam essa trajetória?

São muitas as histórias e momentos inesquecíveis desse nosso programa, mas a da menina que cresceu ouvindo o Viva Maria por causa da babá que não saía de perto do rádio para ouvir a Mara Régia é, sem dúvida, comovente. Tanto assim que virou matéria de página do caderno Cidades, do Correio Braziliense, no último 31 de agosto e foi destaque também na edição do Viva Maria em 2 de setembro.

Na matéria de Rafael Campos, a tal menina, hoje jornalista e escritora, fala inclusive de seu desejo de se reencontrar com a babá Lucimar. Coisa que vai acontecer já na próxima quarta-feira, dia 14, já que a partir da matéria de Janaína Michalski, que conseguiu, enfim, localizar a babá Lucimar que falou ao programa no dia 6 de setembro. Ouça aqui 

E quais os principais desafios para o futuro?

Viva Maria precisa correr contra o tempo para se reencontrar com sua própria história, ou seja, com as mulheres que ao longo dos últimos 35 anos lhe emprestaram força, raça e fé. A proposta do canadense Gavin Andrews em fazer um documentário sobre Marias e Margaridas que tiveram suas vidas transformadas pelo programa, no momento, corporifica esse desafio. Contudo, o maior deles é garantir e fazer avançar a cidadania feminina. Nenhum direito a menos.ça e fé. A proposta do canadense Gavin Andrews em fazer um documentário sobre Marias e Margaridas que tiveram suas vidas transformadas pelo programa, no momento, corporifica esse desafio. Contudo, o maior deles é garantir e fazer avançar a cidadania feminina. Nenhum direito a menos.

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