Artistas de várias gerações que destacam o potencial transformador da música no programa
O Estúdio Móvel desta quarta (28), às 17h30, na TV Brasil, descarta rótulos e aposta na mistura entre a música clássica e a popular. Para conversar sobre essa integração, a jornalista Liliane Reis entrevista a flautista Sofia Ceccato que faz parte do Trio Capitu e apresenta o programa Partituras na TV Brasil, e os alunos de projetos que levam a música erudita para comunidades carentes.
A ideia é mostrar como a música pode transformar a realidade dos jovens e de que modo ela é compreendida por diversos públicos de lugares diferentes. A violinista Renata Neves recorda sua trajetória e explica como enveredou pela música popular.
"O projeto Ação Social pela Música vai dentro da comunidade. A gente está no Chapéu Mangueira, no Complexo do Alemão, no Morro dos Macacos e na Cidade de Deus. Você tem a consciência de que está fazendo algo para o bem-estar daquelas crianças. Eu fico emocionada em levar a música clássica para estes espaços. É gratificando poder contribuir com a cidade dessa maneira", explica a professora de violino.
Um estudante da Camerata Jovem relata sua experiência em entrevista ao programa da TV Brasil. "O projeto muda minha realidade e a de todo mundo que faz parte dele de muitas formas. Ele influencia diretamente na área educacional e contribui na concentração e no rendimento", diz o violoncelista Rodrigo Cunha.
No Estúdio Móvel, ele toca "1º Movimento da Primavera", de Vivaldi, com outros colegas do grupo. "As pessoas têm a visão de que música clássica é para velho, mas depois que a gente participa, é como o pessoal que ouve música popular no fone de ouvido. A gente ouve para se inspirar, estudar e começa a fazer parte do nosso dia a dia.
Sofia Ceccato compartilha a importância das iniciativas nesse sentido. "A arte é feita para todo mundo. Não existe um 'selo' que defina públicos. A música tem esse papel de transformar a vida das pessoas", analisa a flautista que completa o raciocínio.
"A educação musical para crianças em área de conflito traz aprendizado para a vida de uma maneira divertida e leve. Você ajuda a construir a identidade da criança, desenvolve o espírito de cooperação e forma cidadãos mais conscientes. Numa orquestra, você se expressa junto com várias outras pessoas", concretiza.
Durante a conversa com a colega da TV Brasil, Sofia Ceccato revela que a escolha do instrumento em sua formação foi um processo natural desde a infância. "Eu sempre digo que a gente não escolhe o instrumento. Se você perguntar a qualquer músico, sempre tem uma história de que 'foi sem querer' ou ele 'foi sendo levado'. Eu também", admite a flautista que começou na arte pelas mãos da mãe no piano.
Liliane Reis destaca que Sofia Ceccato faz parte da quarta geração de músicos clássicos da família. "Meu bisavô veio da Itália e ensinou um instrumento para cada filho. Eles formaram uma banda em Jundiaí, no interior de São Paulo. Desses três filhos, dois seguiram na música profissional. O meu avô, pai da minha mãe, ensinou para ela que passou para mim", conta a musicista.
"Assim como meu avô, a gente teve a educação formal da música clássica. Não foi só dentro de casa. Antigamente era tudo mais em família. Nós buscamos professores. Minha fez Conservatório na época dela e eu comecei piano com cinco anos", recorda.
Natural de Angra dos Reis, ela iniciou os estudos musicais com sua mãe Suzette Ceccato. Seis anos mais tarde iniciou a prática de flauta transversa com o professor Paulo César Castilho, ainda em sua cidade natal. Formou-se bacharel em Flauta pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2007 na classe do professor Eduardo Monteiro.
Pós-graduada em música de câmara pelo Conservatório Brasileiro de Música e mestre em práticas interpretativas pela UNIRIO, Sofia Ceccato é flautista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro desde 2005. No Estúdio Móvel, ela dá uma canja de hits populares como "Carinhoso".
Serviço
Estúdio Móvel – quarta-feira (28), às 17h30, na TV Brasil