Fotógrafo Kazuo Okubo é o entrevistado do programa Conversa com Roseann Kennedy

Publicado em 03/07/2017 - 09:00

 

Fotógrafo, galerista, um verdadeiro artista da imagem e da nudez. Kazuo Okubo é dono da 'A Casa da Luz Vermelha', a única galeria no Centro-Oeste especializada em fotografia. Um espaço onde também funciona o seu estúdio fotográfico de onde surgem criações premiadas.

Em entrevista ao programa Conversa com Roseann Kennedy, ele conta que aprendeu desde cedo a fotografar, revelar e ampliar imagens com seu pai, que tinha uma pequena loja fotográfica. “Eu cresci no meio de filmes e reveladores”. E ao relembrar a importância que as imagens e retratos tiveram em sua vida familiar, ele justifica com bom humor e em tom de brincadeira: “Filho de japonês que não começa a trabalhar cedo, ganha uma peia”. A entrevista vai ao ar nesta segunda (dia 3), às 21h30, na TV Brasil.

Em suas lembranças de infância diz com certo saudosismo que trocou a bola pela fotografia desde cedo. “Em frente a loja do meu pai tinha um terreno baldio e os meus amigos jogavam futebol todo dia. E eu lembro que às vezes, eu ficava atrás do balcão cortando foto 3x4, olhando os meus amigos jogando bola, com a maior vontade de jogar bola, mas cortando foto 3x4...”

O jovem que chegou a cursar Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Uberlândia, acabou voltando definitivamente para a fotografia depois da morte do pai, quando teve que assumir os negócios da família. A partir daí, não parou mais. Transitou pela fotografia social e publicitária e encontrou sua verdadeira vocação na foto autoral e artística.

Como poucos, Kazuo investe na suavidade quase inocente ao fotografar corpos nus, e diz que a nudez é vendida muitas vezes “como pecado e como uma coisa suja”. Despido de preconceitos, Kazuo aposta nas infinitas possibilidades de produzir beleza através do corpo humano e fala das dificuldades e prazeres em realizar esse tipo de trabalho: “Anos atrás era difícil conseguir alguém que topasse posar nu. Eu já tive a experiência de fazer porque eu queria sentir o que um fotografado meu sente quando está nu na frente da minha câmera. E é uma sensação muito intensa, no começo de muita vergonha, timidez, mas passado algum tempo é uma sensação muito libertadora, você transitar nu e estar confortável”.

Kazuo compara o trabalho do fotógrafo a um voyer: “O fotógrafo que não for voyeur é mentiroso. Porque nós gostamos de ver coisas belas e o corpo é uma coisa bela. Independente de ser feminino, masculino, gordo ou magro os corpos tem a sua beleza”.

Ele revela que já sofreu preconceito por causa de suas fotos e disse que já teve sua arte censurada em alguns espaços culturais, inclusive por interferências religiosas. Conta que já recebeu convites para expôr suas obras, mas que ao notarem a presença do nu artístico, ele simplesmente foi “desconvidado educadamente”.

Despido de críticas e pecados, ele resume com propriedade o seu trabalho: “Eu busco o corpo como uma ferramenta, um instrumento para valorizar o meu trabalho. Eu não vejo o corpo como a possibilidade de um assédio. Eu vejo o corpo como a possibilidade de criar um trabalho”.

Serviço:
Conversa com Roseann Kennedy - segunda-feira (dia 3), às 21h30, na TV Brasil 

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