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Unidade, instalada no campus da Universidade de Brasília (UnB), vai permitir que novos ajustes sejam feitos ao sistema Global Navigation Satellite System

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Brasil terá primeira estação do sistema de localização global russo fora do país

Criado em 19/02/13 06h07 e atualizado em 25/02/13 15h05
Por Carolina Gonçalves Edição:Graça Adjuto Fonte:Agência Brasil

Global Navigation Satellite System - Glonass
Unidade, instalada no campus da Universidade de Brasília (UnB), vai permitir que novos ajustes sejam feitos ao sistema Global Navigation Satellite System (PaGn / Creative Commons)

Brasília - A partir de hoje (19), o Brasil passa a sediar a primeira estação de um sistema russo de localização global - semelhante ao modelo americano Global Positioning System (GPS) - fora do país. A unidade, instalada no campus da Universidade de Brasília (UnB), vai permitir que novos ajustes sejam feitos ao sistema Global Navigation Satellite System (Glonass) para que as informações sobre localização de pontos em qualquer parte do mundo sejam ainda mais precisas.

Atualmente, o Glonass tem uma margem de erro considerada grande. A imagem captada por qualquer um dos 24 satélites do modelo russo que aponta a localização de algum objeto em qualquer local da terra pode estar, na realidade, deslocada 7 metros para a frente, para trás ou para qualquer dos lados. Os pesquisadores brasileiros acreditam que com as novas calibragens do satélite, ou seja, com o acréscimo de novos pontos de referência, essa margem caia para 1 metro até 2020.

"Para melhorar a precisão são necessários novos pontos de calibração, ou seja, locais de ajuste da posição. Com esses pontos, posso melhorar consideravelmente a precisão. E essa expansão [do sistema] na UnB permite esse tipo de ajuste", explicou Ícaro dos Santos, PhD em engenharia elétrica e um dos pesquisadores responsáveis pelo sistema no Brasil.

Segundo o professor da UnB, representantes da Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos) buscavam um local próximo à linha do Equador para a instalação da nova estação. Além da compatibilidade geográfica da universidade às expectativas da Roscosmos, as pesquisas em robótica desenvolvidas por pesquisadores da UnB aumentaram as possibilidades da parceria.

"Eles entregaram os equipamentos, em uma doação temporária, e vão pagar todos os custos de manutenção e de adaptação", disse Ícaro dos Santos. O prédio do Centro de Informática da UnB (CPD), que funcionará como base da estação, por exemplo, precisou ser adaptado e todo o investimento foi feito pela Roscosmos. "Não tivemos custos. Obviamente, oferecemos nossa expertise que pode auxiliar na instalação e calibragem do equipamento e nas pesquisas", acrescentou.

Além do uso cotidiano dos dados que podem ser acessados por aparelhos celulares ou receptores de sinais de posicionamento global, as informações geradas pelo sistema serão usadas para estudos técnicos conduzidos pela equipe formada pelos professores Ícaro dos Santos e Giovani Araújo Borges, e por três alunos do curso de engenharia elétrica. A expectativa é que com dados mais precisos, seja possível aperfeiçoar pesquisas que já estão em andamento, como a que busca o aperfeiçoamento de veículos aéreos não tripulados (Vant) e o de posicionamento marítimo de embarcações em cais. "Hoje, com o sistema atual, não conseguimos guiar os barcos até o cais", explicou Ícaro, destacando a margem de erro atual.

O desenvolvimento do sistema russo não vai impedir que outras tecnologias sejam utilizadas. De acordo com o engenheiro, a proposta é usar a melhor informações detectada em cada situação, alternando os dados do Glonass e do GPS.  "Se você está na Rua Augusta, em São Paulo, onde há muitos prédios, por exemplo, o satélite do GPS pode estar em uma localização ruim, enquanto o do Glonass pode oferecer uma localização mais precisa nesse caso. Vamos ter dois conjuntos de satélite", explicou.

Além da inauguração da estação, marcada para as 11h da manhã de hoje, representantes dos governos brasileiro e russo vão assinar convênio, no próximo dia 20, para a criação de uma estação óptica que vai complementar o trabalho dos pesquisadores. "É como se tivéssemos um laser que vai apontar para o céu e fazer o rastreamento do satélite. Isso permitirá conhecer a posição do satélite, a velocidade dele e, a partir daí, saber se está em bom posicionamento ou se requer ajuste", acrescentou Ícaro dos Santos.

Edição: Graça Adjuto

Creative Commons - CC BY 3.0

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