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Vivemos em uma ciberguerra? Confira opiniões de especialistas
Criado em 23/08/13 16h54
e atualizado em 30/08/13 10h31
Por Leyberson Pedrosa
Edição:Edgard Matsuki
Fonte:Portal EBC
O monitoramento eletrônico realizado pelos Estados Unidos (EUA) retomou a preocupação de uma nova guerra no mundo. Mas, em vez de ações militares entre territórios, a internet seria o principal espaço estratégico. Membros do exército, ativistas e especialistas pelo mundo passaram a chamá-la de guerra cibernética.
No mundo virtual, essa guerra pode acontecer por meio da disseminação de vírus que roubam dados estratégicos de grupos, governos e empresas e que podem causar rombos econômicos. Já no mundo real, especialistas de segurança cibernética alertam que uma modalidade específica de guerra cibernética já acontece e causa mortes em países como o Paquistão.
Em palestra sobre o tema no Congresso Internacional de Softwre Livre (Consegi), o coronel Luis Gonçalves, sub-chefe do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), afirmou que drones – aeronaves não tripuladas “matam cirurgicamente a partir do cruzamento de dados”.
Segundo Gonçalves, um drone possui perfis de comportamento e seleciona os alvos por padrão de comportamento. Pedro Rezende também compactua com o mesmo entendimento do militar: “o drone identifica entes com determinado traços de comportamento e solta a bomba em cima sem saber nome, estado civil apenas a partir de perfis de comportamento”, completa.
Como curiosidade do nível de especificadade desse tipo de ciberguerra, o coronel citou a possibilidade dos programas de vigilância identificarem padrões de sotaque em leitura de e-mails na busca por possíveis grupos terroristas.
O professor e pesquisador em Segurança da Computação na Universidade de Brasília (UnB), Pedro Rezende, entende a guerra cibernética como uma contrarevolução digital. O acadêmico explica que a internet permitiu que todos pudessem ser “um editor e distribuidor de seus próprios conteúdos”.
Contudo, destaca que as potências econômicas como países e até mesmo empresas privadas agem nessa “contrarevolução” ao criarem mecanismos de controle da rede, a exemplo do governo norte-americano, caso que foi denunciado pelo ex-consultor técnico da CIA, Edward Snowden.
Leia também: União Internacional das Telecomunicações alerta sobre a necessidade de a comunidade reagir à guerra cibernética
Segurança cibernética brasileira
Quando perguntado se o Brasil deve se preocupar com a ciberguerra, o professor de Computação da UnB, Pedro Rezende, cita a mobilização da sociedade nos recentes protestos pelo país. “Sem a internet, os protestos não teriam alcançado a dimensão que alcançou. E o Estado tem interesse em pegar carona no vigilantismo para cumprir o seu papel de identificar líderes de movimentos”, alerta.
Ele destaca ainda que, apesar de os dados circularem por diferentes redes no mundo, é necessário pensar estrategicamente a partir de fronteiras. “Os dados têm que chegar a uma estação de recepção de sinal, roteador e passar por cabos. Assim, as partes fícias obedecem fronteiras. A internet não existem somente na cabeça das pessoas”, aponta.
O órgão responsável pela segurança cibernética brasileira é o Núcleo do Centro de Defesa Cibernética, mais conhecido como CDCiber. O setor coordena as atividades do setor cibernético no exército e das redes no país. “O Brasil usa 16 cabos submarinos para se comunicador com o mundo, pelo menos 35 satélites estrangeiros e nove nacionais”, aponta Gonçalvez.
Segundo o coronel, 25% do tráfego de dados brasileiros pasas pelo Estados Unidos. O CDCiber foi implementado em 2010 e está implementando um projeto de ação terrestre.
Além do Exército, o Brasil conta com um sistema de inteligência que auxilia o país em questões estratégicas para a soberania nacional.
As atividades envolvem órgãos como o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal.
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Edição: Edgard Matsuki
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