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Exposição no Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias, na baixada fluminense, mostra história das primeiras mulheres cientistas do Brasil. Na foto, a bióloga Anna Lima

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Bolsas de produtividade ainda têm presença reduzida de mulheres cientistas

Criado em 22/11/14 17h59 e atualizado em 23/11/14 13h31
Por Alana Gandra Edição:Denise Griesinger Fonte:Agência Brasil

Números atualizados até 2013 mostram que embora haja um equilíbrio entre o número de mulheres e homens cientistas no Brasil – pelo sistema geral de bolsas concedidas para pesquisas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – quando se analisam as bolsas para pesquisadores sêniores, com doutorado, a proporção de representantes do sexo feminino é inferior à masculina.

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Em entrevista à Agência Brasil, a economista Hildete Pereira de Melo, autora junto com Lígia Rodrigues do livro Pioneiras da Ciência no Brasil, disse que do total de bolsas concedidas em todas as modalidades em 2013, a participação foi 50% para homens (48.278) e 50% para mulheres (47.776).  Em 2001, eram 21.958 bolsas para mulheres (48%) e 23.683 para homens (52%). “O CNPq dobrou o número de bolsas na última década e equilibrou [a participação das mulheres] dentro do conjunto”.

Observou, entretanto, que o equilíbrio foi alcançado no sistema geral de bolsas, cuja maior parte se destina à iniciação científica. Na distribuição de bolsas de produtividade, ligadas às pesquisas científicas vinculadas ao final de carreira, a mulher participa com apenas 30% do total. “É o pesquisador mais maduro que recebe as bolsas de produtividade", avalia Hildete.

Essas bolsas têm várias gradações. As de valores mais elevados são conhecidas como PQ1 e, no ano passado, foram concedidas na proporção de 24% para mulheres e 76% para homens. Hildete assegurou, porém, que houve ganho em comparação à década de 1990. “As mulheres crescem dentro da carreira científica, mas nas bolsas de produtividade, que abrangem pesquisadores com carreira já firmada, com doutorado, as mulheres diminuem (a participação). A carreira científica ainda é masculina”.

Hildete avalia que as mulheres estão mais presentes nas áreas mais relacionadas ao papel tradicional feminino. “Áreas ligadas aos cuidados, à saúde e às ciências sociais”. Nutrição e serviço social são dois exemplos. Nas áreas das ciências exatas, como matemática, física e engenharia, a presença feminina cai bastante.

Nas bolsas PQ2, para pesquisadores que ainda não atingiram o topo da carreira, em 2013, 39% das bolsas foram para mulheres e 61% para homens. Hildete salientou que a faixa etária das mulheres que recebem bolsas é maior que a dos homens, pois, muitas vezes, a mulher tem de conciliar a maternidade e a carreira. “[As mulheres] estão mais dedicadas à carreira e com mais tempo na medida em que os filhos crescem. Por isso, são mais velhas que os homens”.

Para a economista, a chave para uma maior participação feminina no mercado de trabalho é educação. “A educação é que permite às mulheres dar um passo para fora de casa”. Indicou, ainda, que a carreira científica “só existe se as mulheres se educarem”.

Editora Denise Griesinger

Creative Commons - CC BY 3.0

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