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Ciência aberta: movimento defende o conhecimento científico horizontal e cidadão

Criado em 09/07/15 12h31 e atualizado em 09/07/15 14h18
Por Davi de Castro Fonte:Portal EBC

A filosofia de troca de conhecimento e pensamento do Software Livre, aliada à presença cada vez mais forte da cultura digital, tem fortalecido o movimento pela chamada ciência aberta, que, ironicamente, encontra na própria ciência sua matriz filosófica. Pesquisadores de diversas instituições se reuniram no 16º Fórum Mundial Software Livre (Fisl) para debater o conceito e trocar práticas de como disseminar, de forma aberta, o conhecimento produzido por universidades e instituições de pesquisa.

 

“A ciência aberta questiona e traz alternativas para a gente repensar uma forma de o conhecimento científico ser mais horizontal e se tornar uma ciência cidadã”, explica Paulo Meirelles, pesquisador e professor da Universidade de Brasília (UnB). Ele e outros pesquisadores veem com preocupação a publicação de artigos científicos em revistas especializadas que cobram pelo acesso às pesquisas e passam a deter os direitos autorais da publicação. “Quando a ciência publica atrás de barreiras, ela perde seu objetivo de melhorar a condição social em que a gente vive”, avalia o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Rafael Pezzi.

 

Pezzi lembra que na época do surto de ebola na África, em meados de 2014, boa parte das pesquisas existentes sobre a doença estavam disponíveis em periódicos pagos, que cobravam cerca de 30 dólares, o que dificultou o acesso de pesquisadores do continente. “Para quê a gente faz ciência, então?”, questiona. “Se somente 40% da população mundial têm acesso à internet, apenas uma parcela mínima que está nas universidades é que tem de fato acesso ao conhecimento científico”, complementa o pesquisador da UnB.

 

Meirelles observa que a Capes, instituição do governo que fomenta pesquisas no país, gasta milhões de reais para oferecer acesso aos repositórios científicos às universidades. O pesquisador critica que o modelo de negócio editorial criou um “mundo paralelo” onde só se publica paper para quem tem interesse em publicar possa consumir. “Precisamos resgatar a ciência para o que ela é. Houve uma inversão e agora a gente tem que reverter esse valor. A ciência tem que ser aberta, tem que ser acessível, em especial porque grande parte dela é financiada pelo governo, não só no Brasil como no mundo”.

 

Na tensão com os interesses comerciais sobre as pesquisas, o controle do hegemônico mercado editorial e as leis de direitos autorais, o movimento em prol da ciência aberta encontra nos ideais do software livre e suas ferramentas de código aberto as condições para instaurar os procedimentos abertos que preconizam, seja no acesso aberto às publicações, na abertura dos instrumentos, dados, materiais e métodos científicos. No vídeo abaixo, o professor Meirelles relata sua experiência diária na universidade com ciência aberta.

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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