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"Marcos Pontes inspirou milhares de jovens pelo Brasil", diz cientista brasileiro da Nasa

Criado em 29/03/16 17h23 e atualizado em 31/03/16 18h09
Por Leyberson Pedrosa Edição:Líria Jade Fonte:Portal EBC

Dez anos depois da ida do astronauta brasileiro Marcos Pontes ao espaço, o pesquisador visitante da Nasa, Ivan Paulino Lima, considera Pontes como um “genuíno herói nacional”. Biólogo de formação, Lima pesquisa a vida biológica no espaço direto do Centro Ames, localizado em Moffett Field, na Califórnia.

“Eu estudo micro-organismos e suas relações com fatores ambientais extraterrestres, micro-gravidade, radiação espacial e diferentes tipos de atmosferas”. A parceria dele com a Nasa é fruto de seu trabalho de pós-doutorado na área.

Em entrevista ao Portal EBC, Lima avaliou a importância de Marcos Pontes para a história da astronáutica no Brasil e sobre seu mapeamento dos brasileiros que atuam na Nasa. Além disso, aproveitou para esclarecer pontos sobre o comportamento de microorganismos no espaço.

Paralelo a seus experimentos, Lima pretende mapear todos os brasileiros que trabalham atualmente em diferentes centros da agência espacial norte-americana, Nasa.

“O astronauta Marcos Pontes é genuinamente um herói nacional, que continua a sua luta independente em prol da educação, ciência e tecnologia. Nós brasileiros, que conseguimos nosso espaço na Nasa, temos a responsabilidade de contribuir para melhorar essa perspectiva, através da divulgação científica, influenciando a opinião pública e as políticas públicas.” 

Até o momento, Lima já identificou 14 brasileiros, incluindo Ramon Perez de Paula, que trabalha no quartel general da NASA em Washington-DC e Jacqueline Lyra, envolvida no controle térmico de várias sondas espaciais desde a missão Galileo, que visitou o sistema do planeta Júpiter no início da década de 1990.  

Apesar de estar hoje na Nasa, ele se considera uma exceção. “A exploração espacial ainda é percebida como algo distante para os brasileiros em geral”. Para ampliar o interesse brasileiro, Lima atua na divulgação de um concurso anual da Nasa sobre colonização espacial que recebe inscrições de alunos de todo o mundo com até 18 anos.

Será que há micróbios no espaço?

Além da falta de evidências, o cientista explica que o ambiente espacial é extremente inóspito para qualquer forma de vida conhecida. “Além disso, o nível de isolamento térmico e de pressão tanto dos trajes que os astronautas usam em suas atividades extra-veiculares, quanto da própria ISS já representa uma grande barreira física para troca inadvertida de qualquer tipo de material (gases ou partículas). 

Ainda assim, ele aponta que os cientistas não conseguiram encontrar relatos convincentes sobre qualquer ocorrência do tipo até o momento.“Os relatos ufológicos são tratados pela comunidade científica como pseudociência, pois não sobrevivem ao crivo científico da avaliação minuciosa”, complementa.

Ele lembra também que todos os astronautas que vão à estação espacial carregam consigo trilhões de micro-organismos "como parte da microbiota natural do corpo de qualquer ser humano”. 

Depois do espaço, colonizaremos Marte?

A Nasa possui um projeto de colonização do planeta Marte nas próximas décadas. A audaciosa missão  pretende levar tripulantes em uma viagem inédita. Caso ocorra, os passageiros terão que enfrentar um ambiente de gravidade reduzida e radiação aumentada.

“A gravidade do planeta Marte é cerca de 38% da gravidade da Terra, ou seja, qualquer material lá (incluindo o corpo humano) pesa apenas 38% do peso aqui na Terra”, explica Lima.

Se, por um lado, sentir-se mais leve pode ser uma vantagem para o deslocamento, por outro, o risco de câncer aumenta com a radiação cósmica. O pesquisador  cita que essas doenças podem surgir após alterações genéticas causadas pela radiação.

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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