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Mais da metade dos brasileiros já tiveram contato com a toxoplasmose, diz pesquisadora

Criado em 13/10/12 11h10 e atualizado em 13/10/12 12h41
Por Vladimir Platonow Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Gatos são os principais transmissores de toxoplasmose
Protozoário transmissor da toxoplasmose se reproduz no sistema digestivo dos felinos(Mark D'Entremont / Creative Commons)

Rio de Janeiro – Um em cada dois brasileiros já teve contato com a toxoplasmose e apresenta sorologia positiva para a doença, causada por um protozoário (Toxoplasma gondii) que se reproduz no sistema digestivo dos felinos e que pode provocar cegueira, abortamentos e levar até a morte.

A transmissão para os humanos se dá pela ingestão de carnes mal passadas ou verduras e frutas mal lavadas, além do contato com o protozoário. O dado é da pesquisadora Maria Regina Reis Amendoeira, chefe do Laboratório de Toxoplasmose do Instituto Oswaldo Cruz (IOC).

Atualmente ela desenvolve uma pesquisa para mapear a extensão da doença na região do Pantanal, onde é grande a presença de felinos selvagens, que podem transmitir o protozoário ao grande rebanho bovino - que ingere água e gramíneas contaminadas com os oocistos [um tipo de ovo imaturo] da toxoplasmose - e posteriormente para o homem.

“Os felinos eliminam no ambiente o oocisto, que vai para o tecido do boi e formar o cisto. Aí aqueles carnívoros que vão se alimentar desses animais, como o homem que faz um churrasco mal passado, pode se infectar com essa carne”, explicou a pesquisadora.

Outra forma de propagação é por meio da irrigação de hortaliças com água contaminada pelas fezes dos felinos com os oocistos. Não higienizadas para o consumo, as hortaliças acabam contaminando o ser humano. Além disso, a pesquisadora alerta que gatos domésticos não devem dormir na cama com os donos e nem subir na mesa, pois podem trazer nas patas os oocistos do protozoário.

Pesquisas indicam que 16% dos gatos domésticos que têm donos, mas costumam passar um tempo fora da residência em contato com outros felinos e eventualmente caçando outros animais, apresentam o protozoário da toxoplasmose. Já os gatos que comem apenas ração e nunca saem de casa têm chance quase zero de ter a doença.

“Não precisa se desfazer do gato. Basta ter cuidados. Principalmente a mulher que nunca teve contato com a doença. Porque se ela se contaminar durante a gestação poderá passar para o bebê, levando ao aborto ou deixando sequelas, como hidrocefalia e toxoplasmose ocular, que pode causar cegueira”.

No Rio de Janeiro, o índice encontrado pelos pesquisadores de exame positivo na população para a doença foi 56%. Número superior foi registrado no Sul do país, segundo pesquisa desenvolvida em um município do interior gaúcho. Ter sorologia positiva indica que a pessoa, em algum momento de sua vida, foi exposta ao causador da doença, não significando que necessariamente ficou doente.

“Em Erechim, no Rio Grande do Sul, foram estudadas 2,7 mil mulheres gestantes e foi detectado que havia sorologia positiva para 73%. Nesse município, 17,7% da população com a infecção teve a toxoplasmose ocular, que também acomete bebês por vias congênita.”

Embora a doença não seja extremamente grave, pode em determinados casos levar à cegueira ou à morte. “A toxoplasmose é uma doença autolimitada. Cerca de 90% das pessoas que têm contato com o parasita, não têm a sintomatologia ou então apresentam uma forma muito branda. O mais frequente é ter dor de cabeça, dor muscular e articular, cansaço. Simula uma gripe, tem uma febre e enfartamento ganglionar [ínguas], ou seja, pode ser qualquer coisa. Qualquer infecção pode dar isso.”

Casos mais graves atingem pessoas imunodeprimidas, por tratamento quimioterápico contra o câncer, transplantes recentes ou aids, que podem ser levadas à morte. A toxoplasmose pode ser facilmente detectada por exame de sangue, medida que já faz parte dos exames pré-natal.

 

Edição: Aécio Amado
 

Creative Commons - CC BY 3.0

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