one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


O presidente de Ruanda, Paul Kagame, minimizou as acusações

Imagem:

Compartilhar:

ONU acusa governos de Uganda e de Ruanda de apoiarem guerrilha no Congo

Criado em 18/10/12 14h29 e atualizado em 18/10/12 15h01
Por Emerson Penha Edição:Carolina Pimentel Fonte:Correspondente da EBC na África

O presidente de Ruanda, Paul Kagame
O presidente de Ruanda, Paul Kagame, minimizou as acusações (Russell Watkins / Department for International Development)

Maputo (Moçambique) - A divulgação de um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a situação da guerra civil no nordeste da República Democrática do Congo provocou um alvoroço político na região central da África. No documento, de 44 páginas, a entidade acusa formalmente os governos de Ruanda e de Uganda de apoiarem os rebeldes do grupo paramilitar M23.

O grupo M23, liderado pelo general Bosco Ntaganda, desertor do Exército congolês, que luta pela saída e desestabilização do governo do presidente Joseph Kabila. O M23 estaria a serviço dos governos vizinhos, recebendo armas e até tropas de reforço para suas ofensivas. Bosco Ntaganda, conhecido como O Exterminador, é procurado internacionalmente por crimes de guerra, como genocídios e pilhagens (crime de tomar ou destruir propriedade privada durante uma ocupação militar, sem necessidade do ato).

Dois motivos são apontados para justificar o possível apoio de Uganda e de Ruanda à desestabilização do governo congolês: o interesse em extrair minerais da área onde atua a guerrilha, avaliada como de grande potencial, e a inimizade de mais de meio século entre os povos hutus e tutsis.

Os tutsis, atualmente no poder em Ruanda, teriam recebido de Bosco Ntaganda a promessa de eliminar a população hutu do nordeste da República Democrática do Congo. O governo de Uganda participaria com o envio de homens treinados do Exército e armamentos.

Em encontro com jornalistas, o vice-ministro das Relações Exteriores de Uganda, Henry Okello Oryem, negou as acusações. O chanceler ugandense criticou o relatório das Nações Unidas, referindo-se ao documento como “lixo”. Já o presidente de Ruanda, Paul Kagame, minimizou as denúncias. “Os problemas do Congo já existiam desde muito antes de eu nascer”, disse.

No entanto, o documento da ONU acusa o ministro da Defesa de Ruanda, James Kabarebe, de instruir pessoalmente os guerrilheiros do M23, além de financiá-los com dinheiro público. Quando tinha 25 anos, Kabarebe foi um dos líderes da reação dos tutsis diante dos ataques dos hutus, em 1994, no episódio que ficou conhecido como Genocídio de Ruanda. Na época, 500 mil pessoas morreram.

Edição: Carolina Pimentel

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário