one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Aberto edital para estimular trabalhos artísticos em Pontos de Cultura

Imagem:

Compartilhar:

Tecnologia digital está ajudando no mapeamento da produção cultural brasileira

Criado em 21/10/12 17h42 e atualizado em 07/07/16 14h25
Por Guilherme Jeronymo Edição:Davi Oliveira Fonte:Agência Brasil

Imagem - Aberto edital para estimular trabalhos artísticos em Pontos de Cultura
Com uso da tecnologia, está sendo possível mapear as ações culturais (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom (ABr))

Rio de Janeiro – O mapeamento de atividades e equipamentos culturais no país está utilizando a tecnologia digital para superar a limitação das pesquisas convencionais. Com a conjugação de bancos de dados, georreferenciamento e ferramentas que permitem o envio de dados diretamente pela população, os ministérios da Cultura (MinC) e Educação (MEC), em cooperação com entidades independentes, têm rastreado e fomentado manifestações desse tipo no país.

Uma dessas iniciativas é o mapeamento do entorno de 15 mil unidades escolares da rede pública, que será um dos pilares da integração de políticas entre MinC e MEC, em curso desde o final do ano passado. Iniciada este mês, sob coordenação do Instituto Lidas, de São Paulo, consiste na montagem de uma base pública de dados, o portal CulturaEduca.

Com o cruzamento de dados das escolas e dos equipamentos no entorno, inclusive os de saúde e assistência social, lançados em mapas com base em tecnologia de georreferenciamento, o portal permitirá que usuários incluam informações sobre a produção de grupos culturais que influenciam na vida e nas atividades de estudantes, professores e moradores.

A opção pelo cadastramento participativo das atividades foi uma estratégia para superar a dificuldade prática de um mapeamento tão extenso, segundo Inaê Batistoni, do Instituto Lidas. “Nesse nível, ele realmente é inviável. Por isso mesmo, o uso de tecnologias que trabalhem uma cartografia colaborativa, com informações que não existem nos cadastros oficiais”, completa Inaê.

O uso de uma plataforma aberta também é um ponto importante, segundo ela, porque permite a evolução da ferramenta e sua adaptação às necessidades das pesquisas sem custos adicionais vultosos. Além disso, impede dificuldades futuras com a mudança de políticas de negócios em plataformas proprietárias, possibilidade admitida por defensores das ferramentas digitais do Google e de outras empresas.

No projeto, que será disponibilizado aos ministérios para que tenha o desenvolvimento continuado, está prevista ainda a criação de um painel de indicadores de cultura e educação, cruzando dados como, por exemplo, a taxa de analfabetismo com a existência de bibliotecas, com o objetivo de dar subsídios à formulação de  políticas públicas locais.

A integração das informações sobre atividades culturais, equipamentos e grupos formais ou informais capazes de interagir com o cotidiano pedagógico da escola é uma estratégia presente também no protótipo do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (Sniic), iniciativa que está em processo final de modelamento no MinC, podendo ser lançada em breve.

O Sniic pretende integrar os indicadores da área, dispersos em programas e órgãos diferentes. Construído também com ferramentas de software livre, que serão abertas à complementação para grupos independentes, usa o conceito de rede social para permitir a alimentação por qualquer pessoa.

Entre os objetivos do sistema está agregar informações sobre toda a cadeia produtiva da cultura, de insumos e serviços, integrando artistas, produtores e difusores.

No bairro de Acari, na zona norte carioca, a professora do departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), Adriana Amaral, liderou pesquisa de mapeamento das atividades musicais do local, ampliando seu projeto de pós-doutoramento, que teve como tema o funk carioca. “Durante a pesquisa, diversas pessoas reclamavam que a sua produção, que não era funk, não era conhecida”, disse.

Como resultado da pesquisa, desenvolvida com estudantes de graduação da UFF e bolsistas da comunidade e com apoio do Instituto Itaú Cultural, a equipe de Adriana apresentou um documentário e um livro nos quais registra diversas manifestações culturais. Não conseguiram, porém, criar uma agenda cultural do bairro.

“Os eventos têm, constantemente, mudanças de horário e local, e muitos são confirmados com pouco tempo de antecedência. Seria preciso uma presença maior na comunidade, quase diária”, explicou. A pesquisadora, integrante do Observatório da Indústria Cultural da UFF, inicia agora um projeto semelhante em comunidades do Complexo do Alemão, com apoio de outros docentes e com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Outra comunidade que terá mapeamento divulgado será o Complexo da Maré, no qual um censo desenvolvido pela instituição da sociedade civil Redes de Desenvolvimento da Maré registrará os estabelecimentos do bairro, permitindo conhecer oficinas, escolas e estabelecimentos similares.

A busca por mapeamentos no país remete a missões e caravanas históricas, desde as missões antropológicas do período colonial à Missão de Pesquisas Folclóricas, liderada por Mário de Andrade em 1938. Mais recentemente, o Programa Cultura Viva é outro levantamento que pode trazer informações profundas sobre a cultura nacional. Ele integra atividades e manifestações culturais, tanto do ponto de vista etnográfico quanto espacial.

O programa, em curso desde 2004, fomenta atividades em mais de três mil estabelecimentos culturais pelo Brasil. O controle destas atividades e sua sistematização, porém, sempre foram tênues, o que levou à criação de um grupo de trabalho em abril deste ano para elaborar diagnóstico, com base nas pesquisas avaliativas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e nos relatórios de auditoria realizados pela Controladoria-Geral da União, segundo informações do site do MinC.

Edição: Davi Oliveira

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário