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A estátua de Luiz Gonzaga é a primeira visão da Feira de São Cristóvão, o centro de tradições nordestinas do Rio.

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Feira de São Cristóvão, no Rio, faz shows e exposição para homenagear Gonzagão

Criado em 13/12/12 13h24 e atualizado em 07/07/16 15h04
Por Vladimir Platonow Edição:Tereza Barbosa Fonte:Agência Brasil

 

Estátua de Gonzagão na Feira de São Cristóvão
A estátua de Luiz Gonzaga é a primeira visão da Feira de São Cristóvão, o centro de tradições nordestinas do Rio. (Tânia Rêgo / ABr)

Rio de Janeiro – O Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, conhecido como Feira de São Cristóvão, principal reduto de cultura nordestina no Rio de Janeiro, comemora hoje (13) os 100 anos de nascimento do Rei do Baião com exposição de fotos e agenda de shows. O diretor cultural da feira, Carlos Botelho, diz que tem motivos de sobra para homenagear Luiz Gonzaga.

“Quando eu me entendi como gente, escutava nas bocas de alto-falantes a música de Luiz Gonzaga. Menino muito pobre, eu sonhava um dia ser cantor. Aí surgiu ele cantando bonito, com a linguagem simples do sertanejo. Eu disse para mim mesmo: vou ser mais um Luiz Gonzaga na vida”, contou Botelho, conhecido na feira apenas como Marabá.

O sonho o trouxe ao Rio com apenas 17 anos. Na feira, ele começou carregando caixas. Anos depois, em 1983, já como um dos coordenadores do espaço, ele teria a honra de anunciar o próprio ídolo em um show.

“Tive o prazer de pegar o microfone e dizer: Agora com vocês, o Rei do Baião. Para mim, foi a glória. Nesta feira, a gente respira Luiz Gonzaga e batalha para não deixar a alma do Gonzagão escapar daqui”, lembra Marabá, que conta ter nascido em um barco, na divisa entre o Pará e o Maranhão.

Para ele, foi Luiz Gonzaga quem melhor conseguiu traduzir o país. “Ele cantava a música do Brasil, saída da terra, do chão, do sertanejo, do caboclo. Nos revelou um Nordeste cheio de melodia e de música”.

Parceiro de Marabá na condução dos eventos, o potiguar Gilberto Teixeira, diretor de Marketing da feira, também se revela apaixonado por Gonzagão.

“A história de Luiz Gonzaga se confunde com a própria história da Feira de São Cristóvão. Quando ele chegou ao Rio, juntamente vieram vários nordestinos. Foi aí que começou a fundação da feira, na década de 1940”, contou Teixeira. “Aqui era a rodoviária dos nordestinos. Eles vinham para cá e já tinha uma pessoa que os recebia, para levá-los aos canteiros de obra”.

Entre os frequentadores da feira, destacam-se os turistas eventuais, que vêm de outras cidades, estados ou países, e os descendentes de nordestinos que buscam, principalmente, os shows de forró e as comidas típicas, para matar a saudade da terra natal.

“Eu adoro a cultura nordestina, então, vim para conhecer de perto. O Gonzagão foi quem mais divulgou o Nordeste ”, disse Oswaldo Nolasco, que veio do município de Volta Redonda, enquanto tirava uma foto, juntamente com o filho Vinícius, ao lado da estátua de bronze do Rei do Baião, na entrada principal.

“O Luiz Gonzaga é como se fosse o pai da gente”, disse Gilberto Borges Ferreira, natural da Paraíba, que há 25 anos trabalha no local tirando fotografias dos turistas, que fazem pose montando o jegue Safira. O preço da foto é R$ 3, se for com a própria câmera, ou R$ 10 com a máquina dele. Ferreira começou a fotografar com uma polaroide e atualmente usa um equipamento digital.

Ao entrar na feira, que fica no Pavilhão de São Cristóvão, na zona norte da cidade, duas atrações chamam a atenção do visitante: a disputa de repentistas, na praça central, e a banca de cordéis, com dezenas de histórias diferentes.

“O cordel [cita muito] o demônio, o pecado, é profundamente moralista e religioso. Tem um pé na fofoca e outro na tragédia. Os títulos que mais vendem é A chegada de Lampião no Inferno, seguido por O Pavão Misterioso, O Cachorro dos Mortos e Juvenal e o Dragão”, contou o livreiro Leônidas Cardoso.

Apesar da maior parte das histórias ter sido escrita há muitas décadas, a literatura de cordel também retrata a atualidade, incluindo tragédias modernas e urbanas, como O Caso João Hélio, O Caso Isabela Nardoni e, mais recentemente, O Caso Bruno, sobre o ex-goleiro do Flamengo.

Por mês, cerca de 300 mil pessoas visitam a feira, principalmente, nos finais de semana. Eles vão em busca de forró, de comidas típicas e produtos dos estados nordestinos. Mais informações sobre a Feira de São Cristóvão podem ser obtidas na página na internet: www.feiradesaocristovao.org.br.

Edição: Tereza Barbosa

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