Compartilhar:
Comissão da Verdade recebe documentos encontrados na casa de militar do DOI-Codi
Criado em 27/11/12 17h05
e atualizado em 27/11/12 17h51
Por Sueli de Freitas
Fonte:Portal EBC
Documentos apreendidos pela Polícia Civil gaúcha na residência do Coronel do Exército Júlio Miguel Molinas Dias, ex-comandante do Destacamento de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), assassinado no início do mês em Porto Alegre, foram entregues na tarde desta terça-feira (27) aos representantes da Comissão da Verdade do RS, Aramis Nassif, e da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles.
A entrega oficial foi feita pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, no Palácio Piratini, num ato com a presença de Maria Beatriz Paiva Keller, filha do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971, durante a ditadura militar. Ela recebeu das mãos do governador uma cópia da ficha de registro da entrada de seu pai no DOI-Codi, datada de 21 de janeiro de 1971.
A ficha de Rubens Paiva está entre os documentos encontrados na residência do Coronel Molinas. De acordo com a Polícia Civil, outros materiais apreendidos revelam detalhes sobre o episódio Riocentro (1981) e sobre o desaparecimento de Paiva.
"Nossa família tem a sensação de que a história do meu pai é uma história inacabada. Para nós, familiares, este é um filme que não tem fim. A Comissão da Verdade está aí para isso: para esclarecer, para que a história seja contada o mais rápido possível", disse Maria Beatriz.
O representante da Comissão Estadual da Verdade Aramis Nassif afirmou esperar que outros documentos apareçam: “Nós temos o direito à informação, ao resgate da história brasileira. Assim, poderemos evitar que outros momentos trágicos como estes se repitam".
Claudio Fonteles, da Comissão Nacional da Verdade, falou da importância da união dos esforços para a busca da verdade: "A beleza deste instante, em que as comissões nacional e estadual se irmanam no processo de reconstrução da história do nosso País, é a solução para conflitos, para que erradiquemos a violência, a truculência, os assassinatos desmesurados e generalizados".
O governador Tarso Genro ponderou: "Em outros tempos, talvez estes documentos fossem parar em outras mãos. Este é um ato de busca da verdade, uma reconciliação com a nossa história".
Com informações do Portal do Governo do Rio Grande do Sul
Deixe seu comentário