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Famílias retiradas de prédio no Rio poderão ter situação definida na sexta-feira

Criado em 15/04/15 22h23 e atualizado em 16/04/15 08h29
Por Akemi Nitahara Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

A definição do local para onde serão levadas as famílias retiradas, em uma ação de reintegração de posse, de um prédio na última terça-feira (14) no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio, ficou para sexta-feira (17). As 350 pessoas que ocupavam o edifício Hilton Santos, no Morro da Viúva, por enquanto, segundo eles, vão permanecer acampadas na Cinelândia, centro da cidade.

O grupo não gostou do abrigo oferecido pela prefeitura, em Santa Cruz, bairro da zona oeste.  Uma jovem que também participou da reunião, que preferiu não se identificar, disse que o local fica em Antares, onde há frequentes tiroteios, e que o abrigo é utilizado como local de consumo por usuários de drogas.

Representantes das famílias se reuniram na tarde de hoje (15) com órgãos públicos de defesa dos direitos humanos, na Secretaria de Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos. Alexandre Pereira da Silva, de 37 anos, que está desempregado, participou da reunião e espera que até sexta-feira haja uma solução. “Tudo é uma negociação. Aqui foi o primeiro passo, na sexta-feira vamos voltar para ver o que eles vão decidir por nós”.

Além disso, o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal, vereador Jeferson Moura, disse que não haveria vagas disponíveis em abrigos. “O abrigo é uma política emergencial, de acolhimento de população de rua, de dependente químico, não é uma solução para o problema da moradia. Muitos já passaram por abrigos e voltaram para as ruas. Hoje se fôssemos levar todas essas pessoas para abrigos, não haveria vagas”.

O coordenador do Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, João Helvécio de Carvalho, lembra que o grupo faz parte dos sem-teto que foram retirados do prédio da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), no centro, no dia 23 de março, quando procuraram ajuda da defensoria. Na reunião de hoje, ficou acertado que eles serão cadastrados em mutirão marcado para a próxima quarta-feira (22).

“Vai ser a apuração das características de cada grupo dentro das 350 pessoas que participaram da ocupação, que estão na lista deles, de pessoas que participam dessa luta, que ocuparam a Cedae e que ocuparam o prédio do Flamengo. E essa qualificação da demanda depende da apuração das características de cada grupo”.

Segundo Helvécio, serão convidados para participar do mutirão os órgão que trabalham com direitos humanos, assistência social, habitação e trabalho. A secretária de estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Teresa Cristina Cozentino, disse que vai buscar, até sexta-feira, uma solução emergencial. “Para tirá-los da rua, tem crianças e idosos nesse grupo, então estamos com ações de curtíssimo prazo para eles saírem da Cinelândia, porque rua não é lugar para ninguém ficar, muito menos crianças e idosos”, disse.

De acordo com a secretaria, o grupo pediu um terreno, ou uma quadra, um galpão, onde tivesse banheiros. No local, eles montariam acampamentos provisórios. “Nessa reunião eu não tive condições de dizer aonde, porque não tem um espaço público na minha secretaria, vou ter que ligar para outros secretários para ver quem pode oferecer um espaço desse tipo”.

Em nota, o Clube de Regatas Flamengo, que solicitou a reintegração de posse do prédio, lamentou o ocorrido durante a execução da medida pela Polícia Militar. O clube diz que agiu dentro dos limites permitidos pela lei, “em virtude da ausência de atitude imediata” da locatária e “responsável única pela segurança e preservação do prédio”, a empresa REX, do Grupo EBX, que arrendou o prédio em 2013.

“A diretoria do Flamengo entende que o deficit habitacional na cidade do Rio de Janeiro é um problema e se solidariza com aqueles que não possuem uma moradia fixa. Entretanto, entende também que é seu dever e compromisso com os associados do Clube proteger e resguardar o seu patrimônio em qualquer situação”, diz a nota.

A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com representantes da empresa REX.

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