one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Abrigo de haitianos em Brasileia está precário e superlotado

Imagem:

Compartilhar:

Brasil precisa definir políticas de acolhimento para haitianos, diz especialista

Criado em 22/05/15 23h47 e atualizado em 23/05/15 11h57
Por Camila Boehm Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

O Brasil ainda não atentou para a necessidade de estabelecer políticas de acolhimento e políticas multiculturais fim de atender à demanda de haitianos que chegam ao país, disse nesta sexta-feira (22) o historiador Miguel Borba de Sá, integrante da Rede Jubileu Sul, ao falar sobre o problema da imigração ilegal, no  Seminário Nacional sobre o Haiti, em São Paulo.

Segundo ele, há uma relação da chegada dos haitianos ao país com a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), ocorrida desde 2004. “Não há uma percepção de que esse grande influxo de imigrantes haitianos tem a ver com a própria ocupação militar do Brasil [no Haiti]”, disse.

“O Brasil vai ao Haiti, dá demonstrações de riqueza e poder, com armas e com sua seleção brasileira, e depois não espera isso de volta. Não espera que quem está lá com uma vida totalmente impossibilitada de ter uma vida digna, olhe para o Brasil como um espaço de esperança?”, completou.

Mas, segundo o historiador, ao chegar ao Brasil os imigrantes percebem que existem dificuldades a ser enfrentadas e descobram que a sociedade brasileira também é muito desigual. De acordo com Miguel Borba, os imigrantes haitianos chegam com ensino superior, falando dois ou três idiomas, e acabam subempregados na construção civil, na indústria têxtil ou no mercado informal, submetidos à falta de direitos e muitas vezes em condições análogas à escravidão.

Leonildo Rosas, porta-voz do governo do Acre, ao abordar o problema que a imigração ilegal vem causando ao estado, destacou que, só de terça-feira (19) para quarta-feira (20) desta semana, chegaram ao Acre mais 220 imigrantes, a maioria formada por haitianos. Segundo ele, a suspensão do deslocamento dos estrangeiros para São Paulo – decidido com o governo paulista e o Ministério da Justiça – vai fazer com que o problema continue concentrado no estado amazonense.

Tailaine Costa, que trabalha no Centro Referência em Direitos Humanos da Cáritas, no Paraná, informou que a entidade “recebeu ontem (21) a notícia de que estão indo do Acre para Curitiba quatro ônibus com imigrantes, a maioria de haitianos”.

A Cáritas do Paraná atua em parceria com o Ministério Público do Trabalho no combate ao trabalho escravo, que atinge principalmente imigrantes haitianos e refugiados sírios, segundo Tailaine. “Formamos um grupo que sai à procura de trabalhos análogos à escravidão. Isso é muito comum”, disse. De acordo com ela, A dificuldade não é só em coibir os empregadores, é difícil também que o imigrante identifique que está sendo vítima de trabalho escravo.

“Os casos que chegam são extremos. [É importante] identificar durante o processo que os trabalhadores têm direitos e que esses estão sendo violados. Estamos trabalhando para que eles próprios identifiquem qual é a sua situação, porque, quando eles identificam, já é uma violação muito grande”.

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário