Conselho Curador aprova parecer da Câmara de Jornalismo sobre novos telejornais

Publicado em 01/07/2013 - 19:32 e atualizado em 29/01/2016 - 09:17

Durante sua 45ª Reunião Ordinária, no último dia 26, o Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aprovou um parecer da Câmara de Jornalismo e Esportes, emitido em maio deste ano, que altera o Plano de Trabalho da Empresa no que se refere à produção dos telejornais diários de veiculação nacional da TV Brasil (veja aqui o parecer).

No dia 17 de abril, os integrantes da Câmara de Jornalismo e Esportes foram consultados pela Diretoria sobre a ideia de alteração no Plano de Trabalho. A Câmara conversou, então, com os diretores para ouvir as diversas posições envolvidas que justificavam a alteração.

Após os debates, os conselheiros integrantes da Câmara se posicionaram: quatro deles – Ana Fleck, Guilherme Strozi, Murilo Ramos e Rita Freire – se posicionaram a favor da nova proposta. Os conselheiros Mario Augusto Jacobskind e Paulo Derengoski consideraram que a mudança não deveria ser encaminhada. Tendo sido aprovado na Câmara, o parecer foi colocado em votação e aprovado pelo pleno do Conselho, ao final da 45ª reunião.

Nova conselheira

Eliane Pereira Gonçalves tomou posse durante a 45ª Reunião do Conselho Curador. Eleita com mais de 75% dos votos válidos, Eliane assume a representação dos trabalhadores da EBC no colegiado. “Minha plataforma de campanha foi baseada em sete propostas: defender a autonomia e a independência da EBC, representar os trabalhadores de toda empresa e não de um veículo, contribuir com a transparência das discussões do Conselho, dar visibilidade às condições de trabalho dos funcionários, reforçar a participação nas instâncias de discussão do Conselho, reconhecer e valorizar as praças e defender a diversidade. É partindo disso que eu pretendo atuar”, falou. Com sua chegada, o Conselho passa a contar com 11 conselheiros e 11 conselheiras, no total.

Lançamento da Revista

A Revista do Conselho Curador foi lançada durante a atividade. A publicação, que será eletrônica e semestral, traz artigos de conselheiros, funcionários da EBC e acadêmicos, além de notícias institucionais e reportagem especial sobre algum tema em discussão no colegiado. Nesta edição, aborda as produções independente e regional na EBC e no Brasil. Para ler a revista, clique aqui, ou clique aqui para baixar o arquivo em PDF.

Cobertura das manifestações

Conselheiros e Diretoria da EBC também debateram sobre as manifestações realizadas pelo Brasil no último mês e a cobertura do tema pelos veículos da Empresa. Segundo o Diretor-geral, Eduardo Castro, uma empresa pública de comunicação não pode dar a impressão que aprova ou desaprova nada, mas deve abrir o microfone para que o público decida. “Tivemos em todo tempo o cuidado em não dar de mais nem de menos, mas dar o peso que as manifestações têm na sociedade”, disse. Eduardo afirmou, ainda, que a audiência do portal de notícias da EBC e de suas rádios apresentou um crescimento expressivo com a cobertura das manifestações.

Questionada pela presidenta do colegiado, Ana Fleck, sobre a segurança dos profissionais que estavam nas ruas durante a produção das notícias, a Diretora de Jornalismo, Nereide Beirão afirmou que nenhuma orientação foi dada aos repórteres para que se arriscassem e que nenhum funcionário foi pressionado a trabalhar sem segurança. “Não tivemos profissionais atingidos por balas de borracha, mas alguns foram feridos. Creio que todos sofreram as pressões do momento que, por si só, é tenso”, afirmou.

Ana Fleck sugeriu que a Empresa realize e reforce treinamentos dados aos repórteres para coberturas de risco. A conselheira Eliane também defendeu uma política para proteção dos funcionários e o aumento das equipes de reportagem, especialmente em São Paulo, para que a capacidade e a qualidade de produção aumentem.

Na visão de João Jorge Rodrigues, conselheiro, a principal demanda da sociedade é ampliar a presença dos não representados, papel da EBC não só nas atuais coberturas, mas em todo tempo. “A guerra que os jovens travam na rua hoje é por uma comunicação popular, essa luta é uma luta prioritariamente pelo acesso à comunicação”, disse.

Para aprofundar a discussão sobre o tema, a conselheira Rita Freire propôs um debate objetivo da Câmara de Jornalismo e a produção de um documento com sugestões para a cobertura dos veículos da EBC. O conselheiro Mário Augusto Jacobskind sugeriu, ainda, a elaboração de uma moção contrária ao uso de balas de borracha contra manifestantes.

Diversidade religiosa

A presidenta do Conselho, juntamente com os conselheiros Ana Veloso, João Jorge e Rita Freire, cobraram da Diretoria da EBC informações sobre a publicação dos editais que regerão a contratação dos programas que irão compor a Faixa da Diversidade Religiosa. A Empresa informou que os editais estavam sendo finalizados naquela mesma tarde e seguiriam para publicação no Diário Oficial da União.

Sobre a EBC

Como ponto previsto em pauta, o planejamento da EBC para o ano de 2014 foi discutido com o pleno. Abriu-se um prazo para apresentação de propostas pelos conselheiros, que servirão como diretrizes de programação e conteúdo para a implementação pela Diretoria. Ainda no início de julho, um documento com as eventuais orientações será encaminhado pela Secretaria Executiva do Conselho Curador.

Para auxiliar na elaboração das propostas, o conselheiro Takashi Tome reapresentou um documento com recomendações a serem abordadas em programas específicos e linhas editoriais dos veículos da EBC, elaborado em janeiro pelas Câmaras de Cultura, Educação, Meio Ambiente e Ciência e de Cidadania e Direitos Humanos (acesse o documento aqui).

O Grupo de Trabalho para tratar do tema “Autonomia, modelo institucional da EBC e as relações com o Governo Federal”, sugestão surgida a partir do último Roteiro de Debates do Conselho, será formalizado por meio de uma resolução, que teve sua minuta aprovada também durante a reunião ordinária.

Homenagem

Um mês exato após o assassinato de Lana Micol, ex-coordenadora da Rádio Nacional do Alto Solimões, o Conselho Curador, a pedidos do Conselheiro Takashi Tome, prestou sua homenagem à radialista. Com a apresentação de um áudio, onde Lana contava sobre sua paixão pela Rádio, e a fala de colegas, o colegiado manifestou seus pêsames e o desejo de que sua morte seja lembrada e investigada. Maria da Penha, conselheira e inspiradora da lei que leva seu nome, afirmou que se homens e mulheres brasileiros não trabalharem para fazer valer a Lei contra violência com mulheres, mais Lanas e mais Marias irão morrer. "Então, eu gostaria que nessa homenagem que será feita à Lana, se não há uma delegacia, que fosse criada uma delegacia e desse o nome dela, ou um centro de referência, ou uma casa abrigo, para ficar registrado que uma mulher que estava fazendo tanto bem àquela região, foi eliminada e, o que é pior, ainda deixou dois filhos na orfandade", sugeriu.




Confira aqui a nota taquigráfica da Reunião.

Veja fotos da reunião aqui.

Texto: Priscila Crispi (jornalista da Secretaria Executiva do Conselho Curador)

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