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Companhia Ser ou não Cena de Teatro participa de festival em Ponta Grossa
Criado em 12/11/12 16h47
e atualizado em 13/11/12 20h47
Por Keren Bonfim
Fonte:Cultura Plural
Uma cadeira exposta no palco, um homem sentado, apenas um feixe de luz ilumina o cenário. Aos poucos, a cena recebe ação e o espectador descobre que se encontra diante da peça 'Dom Perlimplim com Belisa em Seu Jardim', encenada pela Companhia “Ser ou não Cena de Teatro” no 40º Festival Nacional de Teatro – Fenata, promovido pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A programação do festival segue até dia 14, em Ponta Grossa, no Paraná.
Dirigido por Daniel Arcanjo, o espetáculo tem como personagens principais os atores Suellen Costa, no papel de Belisa, e Claudio Sásil, interpretando Perlimplim. A peça, adaptada da obra do dramaturgo espanhol Federico García Lorca, brinca com a fantasia, o erotismo, a sedução e a imaginação.
Durante 75 minutos, o público conhece a história de Dom Perlimplim, um solteirão convicto que vive com a criada Marcolfa, a qual insiste para que o amo arranje um casamento, pois somente assim ela poderá se tornar livre. A oportunidade para a criada surge quando a mãe de Belisa aparece. De um lado, uma empregada que deseja se livrar do patrão. De outro, uma mãe que precisa se ver livre da filha. Movidos por interesse de ambos os lados, um casamento é arranjado entre Belisa e Perlimplim.
Embora ansioso para conhecer a esposa, Perlimplim deixa-se levar pelos encantamentos de Belisa e dorme durante a noite de núpcias. A noiva, no entanto, percebe que a janela do quarto estava aberta, foge e, com toda a vontade de ser seduzida, trai o marido com cinco amantes, que simbolizam o europeu, o americano, o índio, o negro e o japonês. Em uma das cenas, Belisa exclama: “minha sede não se apaga nunca!”.
Ao despertar, Perlimplim sente que algo se passara enquanto ele dormia e tenta, contudo, conquistar o amor de Belisa através de um jogo imaginário com cartas de amor e um personagem fictício. Fingindo existir um amante apaixonado por Belisa, Perlimplim cria um mundo de fantasia para a esposa, fazendo com que a paixão que o domina seja percebida (ou não) por Belisa.
A professora de espanhol Rosangela Schardong, que já conhecia textos do Lorca, realça a inteligência de Perlimplim em criar artifícios para despertar o amor. Segundo a professora, a peça interpretada “explora a sexualidade feminina e o amor”. Por meio de um jogo de sombras e com a presença da musicalidade, a sedução ganha espaço.
Conforme explica o ator Claudio Sásil, o intuito da companhia, que já fazia teatro infantil, era recuperar elementos da categoria, como a farsa, a criação, os figurinos, o cenário e os adereços cênicos de uma forma artesanal, até mesmo com o uso das sombras. “Ao utilizar a obra de Lorca, o objetivo era trabalhar com um texto que falasse da fantasia, do onírico, do sonho e dos símbolos”, destaca.
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