one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Chiquinho, livreiro da UnB

Imagem:

Compartilhar:

Livreiro há quase 40 anos, Chiquinho se torna amigo de seus clientes

Criado em 20/04/14 19h54 e atualizado em 20/04/14 20h11
Por Ana Elisa Santana e Noelle Oliveira Fonte:Portal EBC

Chiquinho, livreiro da UnB
Piauiense é um dos personagens mais conhecidos da Universidade de Brasília e, apaixonado por livros, já chegou a ler durante 8 horas por dia (Ana Elisa Santana/Portal EBC)

Nascido na cidade de Picos, no Piauí, Francisco Joaquim de Carvalho hoje é um dos personagens que fazem parte da história de Brasília. Ele chegou à capital em 1969 para trabalhar como jornaleiro. Nas manchetes dos jornais que entregava, Chiquinho - como é conhecido por seus clientes - começou a ter contato com as palavras e a observar os interesses de cada um dos leitores.

Depois de anos entregando jornais, Chiquinho passou a trabalhar em livrarias até voltar à Universidade de Brasília - onde havia sido jornaleiro na década de 1970. Lá ele vendeu livros no Centro Acadêmico de Economia e até mesmo de mão em mão, carregando as obras embaixo do braço, até 1989, quando ganhou o espaço onde trabalha até hoje, na Ala Norte do Instituto Central de Ciências da universidade.

Leia todas as notícias sobre a II Bienal de Brasília

Para Chiquinho, o trabalho de livreiro se tornou um pouco mais difícil com a chegada das novas tecnologias e da internet. Mas ele acredita que aos poucos os jovens devem voltar a ter gosto pelos livros de papel. "Na internet, pra mim, você está isolado. A solidão com a internet é uma coisa muito grande. É tanta modernidade e é nada, como diz Nietzsche, é todos e é ninguém", argumenta. Ele defende que haja estímulo para a leitura de livros clássicos, hoje esquecidos por parte dos universitários.

Sua relação com os livros é intensa: já chegou a ler durante oito horas por dia. Entre os gêneros, ele aponta as biografias como preferidas. "As mais bonitas que eu já li foram a do Van Gogh e a do Jean-Paul Sartre", enumera. Em sua profissão, Chiquinho busca criar laços de amizade com cada um dos clientes. Para ficar atualizado e atender a cada um, ele lê resenhas nos jornais e sempre conversa com estudantes e professores. "Como diz o Zygmunt Bauman, em tempos líquidos, instantâneos, rápidos, as pessoas não têm paciência. Quando a gente acerta, as pessoas ficam muito felizes, e recomendam a gente pra outras pessoas. Isso é uma coisa muito importante, essa forma de reconhecimento", comemora.

Na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura, realizada desde 11 de abril em Brasília, Chiquinho montou um estande de sua livraria e promoveu diversos lançamentos de livros, e até mesmo uma noite de autógrafos com o escritor moçambicano Mia Couto. Mas o que mais movimentou o espaço foram as visitas de ex-alunos da UnB.  "Aqui na bienal, os meus maiores clientes são o povo da universidade. A solidariedade, a amizade têm um valor inestimável. Vocês da universidade são meu tesouro", declara.

Assista à entrevista completa com Chiquinho:
 

Creative Commons - CC BY 3.0 -
Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário