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Maracatu no carnaval de Olinda

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Maracatus e caboclinhos tomam conta do carnaval de Olinda

Criado em 16/02/15 18h30 e atualizado em 18/03/16 15h15
Por Luciano Nascimento - Enviado especial da Agência Brasil/EBC Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

Enquanto as ladeiras do Centro Histórico de Olinda fervem com o desfile dos blocos de rua, na Casa da Rabeca, na Cidade Tabajara, um encontro de maracatus celebra a tradição dessa brincadeira da zona da mata pernambucana. Evolução que se expandiu por outras regiões do Nordeste, e é, na verdade, uma fusão de elementos do pastoril, com cavalo marinho, bumba meu boi, reisado e caboclinho.

Desde o início da manhã desta segunda-feira (16) de carnaval, os maracatus rurais, também chamados maracatus de baque solto, desfilam suas alegorias. Ao som de batuques, caboclos de lança e porta estandartes dançam compondo uma cena típica do carnaval pernambucano.

Com indumentárias de cores fortes e sinos instalados nas fantasias, os caboclos de lança impressionam quem assiste as apresentações. Como a estudante, Gabriela Cruz, que pela primeira vez acompanhou um maracatu rural de perto. “È muito forte a sensação que eles passam, as cores, os sons, é muito bonito de se ver. O bom é que a gente pode conhecer um pouco mais da cultura do estado”, disse.

O encontro, que chega à sua 25º edição, foi criado por um dos mais conhecidos mestres de maracatu - Manoel Salustiano (1945-2008), o mestre Salu, rabequeiro dos bons - como forma de reunir os brincantes e também preservar essa manifestação ligada à cultura dos trabalhadores rurais dos engenhos de cana-de-açúcar no estado.

“Este encontro foi uma ideia do mestre Salu, que sentiu a necessidade de unir o povo do baque solto, que estava em extinção na época. Em 1989, ele reuniu nove maracatus, criou a associação e no ano seguinte surgiu o encontro”, explica o presidente da Associação de Maracatus de Baque Solto de Pernambuco e filho do mestre Salu, Manoel Salustiano Filho.

Cerca de 30 grupos de maracatu e 15 blocos de caboclinhos participam do encontro em Olinda, durante todo o dia, e mais 60 grupos de maracatus e caboclinhos se apresentam no município de Aliança, na Zona da Mata pernambucana.

Desde 2014 o maracatu de baque solto é considerado Patrimônio Imaterial Brasileiro. Reconhecimento que os brincantes devolvem mostrando sua devoção. “Saio há nove anos no maracatu, para mim hoje é a minha vida, sem maracatu pode acabar todas as festas, o carnaval, o São João, pode acabar tudo, disse o caboclo de lança Luiz Nunes, integrante do Maracatu Cambindinha, de Araçoiaba.

“A gente cantando, o povo batendo palma, é uma emoção pra gente, arrematou o mestre Dino, cantador do Maracatu Leão da Cordilheira, de Araçoiaba, para logo em seguida puxar uma toada de improviso. “No dia 16 de fevereiro é dia do carnaval, do maracatu rural, é isso que eu quero ver. Olha, eu canto com prazer nesta minha brincadeira. Do domingo a terça-feira, faço sempre a caminhada, o maracatu faz parte da cultura brasileira”, improvisou o mestre que há 18 anos faz parte da brincadeira.

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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