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Acervo da maior galeria de arte naïf de São Paulo ganha exposição no Rio

Criado em 29/10/15 22h31 e atualizado em 07/07/16 14h15
Por Paulo Virgílio Edição:Nelio Neves de Andrade Fonte:Agência Brasil

Em todas as partes do mundo, milhares de pessoas descobrem a vocação para a pintura, e mesmo sem uma  educação artística formal, conseguem superar as dificuldades técnicas e criam obras de grande beleza, em uma linguagem inédita e singular. São os chamados pintores naïf - palavra que em francês significa “ingênuo”, numa referência ao estilo que caracterizou a obra de Henri Rousseau (1844-1910) - também definidos como primitivos modernos.

Um panorama de sete décadas desse gênero de pintura no Brasil pode ser apreciado ao longo dos próximos três meses em uma exposição inaugurada hoje (29), no Museu Internacional de Arte Naïf (Mian), no bairro do Cosme Velho, zona sul do Rio. A mostra Brasil Naïf, uma aventura na alma brasileira reúne 60 telas de mais de 50 artistas, entre eles pioneiros do movimento e pintores contemporâneos, atuantes até hoje.

As obras pertencem ao acervo da galeria mantida em São Paulo pelo franco-belga Jacques Ardies, radicado há 40 anos no Brasil, 35 deles dedicados à arte naïf. “São artistas dotados de um talento indiscutível e que constroem suas carreiras de maneira lenta, séria e consistente. Cada qual, imbuído de sua própria missão estética, transborda a esperança por uma convivência mais harmoniosa das raças e crenças”, afirma Ardies, também curador da exposição. Detentor de um acervo de mais de mil obras, ele lançou na abertura da exposição seu novo livro sobre o gênero, Arte Naïf no Brasil II.

A estrutura da exposição segue a ordem cronológica do desenvolvimento da arte naïf no Brasil, iniciado nos anos 40, quando os primeiros artistas, como Chico da Silva,  foram acolhidos em salões oficiais. Nas primeiras décadas, destaca-se a obra de José Antonio da Silva, apontado como o maior e mais autêntico artista naif brasileiro. No começo dos anos 60, surge um grupo de artistas que desperta atenção pela excepcional capacidade de se expressar de forma diferenciada.

Foram muitos os pintores que marcam esse período, como Rosina Becker do Valle, Ivonaldo Veloso de Melo,  Iaponi Araújo e José de Freitas, também ator de teatro.  Outros nomes de destaque na mostra são Antonio Poteiro, que retratou as festas folclóricas de Goiás, Lia Mittarakis, que deixou um legado iconográfico da cidade do Rio de Janeiro, Elza O.S. e a tapeceira Madeleine Colaço.

Vinte e sete nomes compõem o grupo dos artistas naïf da atualidade. “Alguns são cariocas, como Helena Coelho e Bebeth. Outros são de São Paulo, como Rodolpho Tamanini Netto e Cristiano Sidoti, e mineiros como Isabel de Jesus, Lucia Buccini e Maria Guadalupe”, relaciona Ardies. A gaúcha  Mara Toledo, os catarinenses Doval e Sonia Furtado, o casal baiano Waldomiro e Lourdes de Deus e até duas artistas de origem polonesa que viraram brasileiras, Barbara Rochitz e Magdalena Zawadzka, integram a lista.

Maior museu dedicado à arte naïf da América Latina, o Mian está instalado desde 1994 no casarão da Rua Cosme Velho,  561, vizinho à estação do Trem do Corcovado. A exposição  Brasil Naïf, uma aventura na alma brasileira pode ser vista de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados e domingos, das 10h às 17h, até 24 de janeiro de 2016. Os ingressos custam R$ 12, a inteira e R$ 6, a meia-entrada.

Editor Nelio Neves de Andrade
Creative Commons - CC BY 3.0

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