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Cursos de graduação a distância de serviço social têm fragilidades, diz conselho
Criado em 18/09/14 18h39
e atualizado em 18/09/14 19h11
Por Yara Aquino
Edição:Fábio Massalli
Fonte:Agência Brasil
Um estudo lançado hoje (18) pelo Conselho Federal de Serviço Social aponta fragilidades nos cursos de graduação a distância de serviço social. O documento indica problemas principalmente na supervisão do estágio obrigatório dos estudantes com o número excessivo de estagiários por professor e supervisão acadêmica feita a distância.
Outros problemas relatados no segundo volume do estudo, intitulado Incompatibilidade entre Graduação à Distância e Serviço Social, são a supervisão acadêmica e de campo exercidas pelo mesmo profissional, supervisores acadêmicos com registro em outros estados e até mesmo a ausência de supervisão. O primeiro volume do estudo, lançado em 2011, relatou problemas como falta de bibliotecas, de infraestutura física e de equipamentos adequados nos pólos dos cursos. Os estudos foram baseados em informações coletadas pelos conselhos regionais de serviço social.
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Na avaliação da professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora na área de educação a distância, Larissa Dahmer, o ensino a distância precariza a formação do profissional da assistência social. “Como você gradua um profissional que vai trabalhar com questões extremamente complexas sem o embasamento teórico maior, sem ter uma vivência com pesquisa, com extensão, com diversos professores?”, questiona. Segundo ela, a formação deficiente compromete o serviço prestado à população.
A pesquisadora defende ainda a oferta de educação pública presencial de qualidade para todos como forma de evitar que os estudantes busquem a educação a distância.
A coordenadora do Conselho Federal de Serviço Social, Juliana Melim, disse que representantes do Conselho Federal de Serviço Social e dos conselhos regionais pretendem agendar reuniões com o Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e Ministério Público Federal para apresentar a pesquisa e pedir mais rigor na fiscalização do ensino a distância e a garantia do direito a educação pública de qualidade.
O CNE discute atualmente um novo marco regulatório para a educação à distância. Entre as mudanças previstas está a elaboração de uma nova avaliação para a modalidade que levará em conta as especificidades de cada instituição e a qualidade ofertada, de acordo com o conselho. Para o funcionamento dos cursos, o projeto institucional, a inovação, a estrutura, o corpo docente e a interdisciplinaridade da instituição deverão ser valorizado para o credenciamento e recredenciamento pelo Ministério da Educação.
Editor: Fábio Massalli
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