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Protesto contra a Copa do Mundo na Praça Saenz Peña

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Manifestações perdem força, mas continuaram até o fim da Copa

Criado em 11/07/14 16h20 e atualizado em 02/01/15 14h38
Por Leandro Melito Fonte:Portal EBC

Protesto Polícia Jornalistas
Comparadas com as manifestações que correram o país durante a Copa das Confederações, a Copa do Mundo apresentou baixa adesão aos protestos. No último (Tomaz Silva/Agência Brasil)

O início da Copa do Mundo no Brasil foi cercado de muito expectativa em relação aos protestos fora dos estádios que, um ano antes, levaram milhões de pessoas às ruas do país durante a Copa das Confederações e a organização do evento como um de seus principais alvos. Poucos dias antes da inauguração da Copa, no Itaquerão, zona leste da capital paulista, o governo estadual enfrentou greve no metrô, o que poderia comprometer a mobilidade dos torcedores durante o evento.

Ao longo do evento esportivo, as manifestações tiveram menos força do que no ano passado, mas ocorreram até o fim da Copa. Na última semana, ativistas foram presos dois dias antes da disputa entre Alemanha e Argentina.

Relembre o histórico das manifestações durante a Copa:

No dia da abertura da Copa, 12 de junho,  manifestantes foram às ruas em várias cidades-sede,  em protestos marcados por forte repressão policial, que resultaram em dezenas de pessoas feridas e detidas em todo o país. No decorrer da semana, e a sucessão dos jogos na primeira rodada da Copa, os protestos prosseguiram mas foram mais localizados e tiveram menos adesão. No dia 19, a agência pública de notícias de Portugal, Lusa, observou que a adesão aos protestos não era a mesma do ano anterior. "Menos de 15 manifestações foram noticiadas pela imprensa brasileira nos últimos sete dias, todos elas realizadas por algumas dezenas ou, no máximo, centenas de pessoas", noticiou.

No mesmo dia, o Movimento Passe Livre (MPL) que iniciou a jornada de protestos em São Paulo em junho de 2013 contra o aumento da tarifa no transporte público voltou às ruas, pedindo a tarifa zero. Após a "jornada de junho", como ficou conhecida a onda de manifestações do ano anterior, a pauta do transporte público ganhou visibilidade no Congresso Nacional e conquistou avanços.

Estudo divulgado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), no dia 26, quando completaram duas semanas do início da Copa do Mundo, aponta que em agosto de 2013, 75% dos entrevistados apoiavam ou tinham participado de protestos, já em maio de 2014, o percentual caiu para 54%. A pesquisa, que ouviu cerca de 3.800 pessoas em 215 cidades nesse período, também aponta que no ano passado, 25,69% das pessoas desaprovavam as manifestações, contra 45,78% em maio deste ano. 

Se a adesão aos protestos foi baixa, o uso excessivo da força pela Polícia Militar foi observado em diversos protestos, segundo um balanço feito pela ONG Anistia Internacional. A organização lançou uma campanha pela garantia do protesto pacífico enviando ofícios para os governos dos 12 estados que sediam jogos.

Os jornalistas também foram alvo da violência policial durante os protestos que ocorreram na primeira semana da Copa. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 19 casos de agressão a jornalistas nos primeiros seis dias de Copa. Desde junho de 2013, 190 profissionais da comunicação foram vítimas de agressão. Segundo a entidade, a Polícia Militar é a maior responsável pelas agressões (88% dos casos), entre elas, a maior parte (46%) ocorreu de forma intencional: apesar do jornalista estar identificado como tal.

Direito à moradia

Entre os casos apontados pela Anistia Internacional, está o uso excessivo de força e de balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta para esvaziar o Cais José Estelita, em Recife, ocupado por cerca de 100 pessoas desde maio em protesto contra projeto urbanístico para o local. Manifestantes foram detidos e outros ficaram feridos e tiveram equipamentos confiscados. A desocupação foi realizada no dia da partida em que o Brasil enfrentou o México e empatou em 0 a 0 em Fortaleza. 

Em São Paulo, os maiores protestos também ocorreram com a pauta da moradia e foram protagonizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, por conta da votação do Plano Diretor municipal na Câmara dos Vereadores.

Protestos na final da Copa

Na última sexta-feira (11), antes das últimas disputas da final, comitês populares da Copa e a Frente Independente Popular-RJ divulgaram atos no domingo. Um dia depois, a polícia do Rio de Janeiro prendeu 19 ativistas suspeitos de terem praticado atos violentos nos protestos. Computadores, laptops e até material explosivo foram apreendidos durante a ação, segundo a Polícia Civil.

Organizações de defesa dos direitos humanos condenaram o ato, considerando-o como possível abuso de autoridade.  A Organização dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ) pediu soltura de ativistas presos, mas a polícia alega ter provas consistentes. 

Durante a decisão do título entre Alemanha e Argentina, houve protestos no Rio de Janeiro na Praça  Saens Peña. Os políciais realizaram cerco na região impedindo a saída temporária de manifestantes e profissionais da imprensa

Confira imagens do protesto no último dia da Copa do Mundo 

Creative Commons - CC BY 3.0

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