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Depois de ouro e prata na Rio 2016, Shirlene Coelho anuncia pausa na carreira para ser mãe

Criado em 18/09/16 10h02 e atualizado em 18/09/16 10h17
Por Nathália Mendes Edição:Líria Jade Fonte:Portal EBC

Nos últimos meses, Shirlene Coelho dividia-se entre dardos, pesos e discos. Aos 35 anos, a goiana de Corumbá de Goiás, que teve paralisia cerebral ainda durante sua gestação e acabou com os movimentos do braço e perna esquerdos comprometidos, estava mergulhada em uma rotina de treinos que iam de segunda a sábado, durante quatro a oito horas por dia. O desafio era dominar a técnica de cada uma das provas de campo do atletismo paralímpico – arremesso de dardo, arremesso de peso e lançamento de disco, sempre na classe F37. O sacrifício traduziu-se em medalhas: o segundo ouro consecutivo no dardo, que é sua principal prova, e a prata no disco, com direito a quebra de recorde das Américas.

“Cada dia era uma prova diferente, tentando ajustar tudo. São três provas totalmente diferentes, mas eu seguia trabalhando, com vontade de vencer. A gente nunca espera o resultado. A gente tem que correr atrás dele, e foi isso que eu fiz”, analisa a brasileira. Shirlene atingiu sua melhor marca pessoal em sua última tentativa na final do disco: ela já tinha garantido a medalha de prata ao lançar para 33m31, mas chegou aos 33m91 em seu esforço final.

“Na verdade, eu não esperava sair daqui com duas medalhas. A minha prioridade era o lançamento de dardo, prova em que me adaptei melhor e sou recordista mundial. Eu teria que correr atrás no disco, mas no final deu tudo certo”, admite. Apenas a chinesa Na Mi, que entrou na prova como atual campeã paralímpica e mundial, foi mais longe que Shirlene. E bem mais longe: Na Mi ficou com o título ao marcar 37m60, melhorando seu próprio recorde mundial em mais de dois metros. Além das duas primeiras colocadas, mais duas atletas superaram a casa dos 30 metros: a irlandesa Noelle Lenihan, que cravou 31m71 e ficou com o bronze, e a canadense Danielle Reneé Foessel, com 30m70.

Shirlene ainda poderia ter subido no pódio no arremesso de peso, mas bateu na trave: ela não conseguiu ir além dos 10m91 e acabou ficando em quarto lugar – a tcheca Eva Berna, precisou de um arremesso para 11m23 para ficar com o bronze. Escolhida pela própria delegação brasileira para ser a porta-bandeira do país anfitrião na cerimônia de abertura, Shirlene agora traz, em sua relação de conquistas, quatro medalhas em Jogos Paralímpicos (dois ouros e duas pratas), dois ouros e dois bronzes em Mundiais e um ouro e dois bronzes em Parapan-Americanos.

Agora que chegou ao topo, a primeira mulher a levar a bandeira do Brasil em uma abertura de Jogos Paralímpicos quer desacelerar. Ainda na noite de ontem (17), ela anunciou uma pausa na carreira por tempo indeterminado. “O atletismo é muito importante na minha vida, mas, a partir do momento em que eu sair daqui, só vou pensar em descansar e deixar o atletismo um pouco de lado. Ainda não pensei em Tóquio porque estou pensando no meu descanso. Também tenho que viver minha vida pessoal”, argumenta.

Depois de passar tanto tempo se dividindo em três, Shirlene quer voltar suas atenções única e exclusivamente para alguém que ainda está por vir: “Sou casada há sete anos (com Jesse, de 31 anos, que é motorista de caminhão-guincho) e já está na hora de ser mãe. Vou ver se agora eu engravido”.

Creative Commons - CC BY 3.0

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