Programação

Na Trilha da História estreia oitava temporada nas rádios públicas

Produção há mais de seis anos no ar já teve cerca de 150 edições
31/03/2023
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16:30
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Categorias: Variedades
Exibição em: Rádio Nacional e Rádio MEC


Temas latentes do século 20 como ditadura e redemocratização merecem destaque na leva de conteúdos inéditos do programa Na Trilha da História . A produção abre a oitava temporada com um episódio sobre as formas de violência praticadas durante o regime militar. Na primeira edição da sequência, a jornalista Isabela Azevedo conversa com o historiador Carlos Fico neste sábado (1/4).

Isabela Azevedo apresenta o programa Na Trilha da História
Isabela Azevedo apresenta o programa Na Trilha da História, por Joedson Alves / Agência Brasil

A atração tem janela na Rádio Nacional nos fins de semana, sábado às 8h e domingo às 22h. Já na programação da Rádio MEC , o Na Trilha da História vai ao ar aos domingos, às 23h. O público também pode conferir as edições mais recentes no app Rádios EBC e acompanhar a temporada atual e todos os episódios anteriores sob demanda no site das rádios públicas .

O programa mescla bate-papo sobre a história do Brasil e do mundo com repertório temático. A cada semana, a apresentadora Isabela Azevedo recebe um convidado para uma conversa descontraída sobre um período ou personagem histórico. A entrevista é intercalada por canções sobre o assunto em pauta. De maneira leve e bem-humorada, a ideia é destacar curiosidades raramente ensinadas em sala de aula.

A combinação de música e conversa marca a produção que já teve cerca de 150 programas em sete temporadas desde a estreia em 15 de novembro de 2016. Nos últimos anos, o Na Trilha da História investiu na participação dos ouvintes. A iniciativa envolve ainda mais a audiência com a atração ao contemplar perguntas enviadas para os entrevistados.

O público pode participar do programa das rádios geridas pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) ao enviar questões por áudio para os convidados pelo WhatsApp (61) 98375-4918. A produção também recebe contribuições dos ouvintes pelo e-mail culturaearte@ebc.com.br .

Primeiro programa da nova temporada aborda violência e ditadura

A edição inicial da oitava temporada do programa Na Trilha da História debate uma pauta traumática para a memória do povo brasileiro: a violência da Ditadura Militar (1964-1985). A produção estreia na semana em que se completam os 59 anos da tomada do poder no país.

Isabela Azevedo apresenta o programa Na Trilha da História
Isabela Azevedo apresenta o programa Na Trilha da História, por Divulgação / Rádio Nacional

Para refletir sobre o assunto, Isabela Azevedo entrevista o historiador Carlos Fico, um dos maiores pesquisadores brasileiros sobre esse período. Doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o convidado lançou recentemente o livro "História do Brasil Contemporâneo – da morte de Vargas aos dias atuais", pela editora Contexto.

O convidado afirma que o regime militar foi violento desde o início e aborda as práticas de tortura empregadas à medida que o sistema de repressão foi se institucionalizando. Durante a entrevista, o pesquisador também explica outros sistemas de repressão do regime, como a espionagem e a censura.

Livro de Carlos Fico pauta o programa Na Trilha da História
Livro de Carlos Fico pauta o programa Na Trilha da História, por Divulgação / Rádio Nacional

A trilha sonora da estreia da temporada reúne músicas de protesto contra o regime militar ou composições relacionadas ao período. A lista contempla clássicos como "Cálice", de Chico Buarque e Gilberto Gil, na interpretação de Gil; "Terra", com autoria e performance de Caetano Veloso; "Menino", de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, na interpretação do próprio Bituca; "Calabouço", obra autoral de Sérgio Ricardo; e "Pesadelo", música de Paulo César Pinheiro na interpretação do grupo MPB 4.

Apresentadora explica formato do programa Na Trilha da História

Toda edição do Na Trilha da História recebe um especialista para falar sobre o assunto do episódio e comentar as músicas que dialogam com a entrevista. As canções tratam do tema histórico, foram compostas naquele período ou têm alguma relação com a pauta daquele programa.

Além de ambientar e contextualizar a história retratada, a trilha sonora deixa as edições mais leves. Em diversas ocasiões a entrevista também ajuda o ouvinte a conhecer os bastidores de uma determinada obra. "Muitas vezes o público não conhece a origem da letra ou o contexto em que ela foi escrita", completa Isabela sobre a seleção musical do programa.

Isabela Azevedo apresenta o programa Na Trilha da História
Isabela Azevedo apresenta o programa Na Trilha da História, por Joedson Alves / Agência Brasil

A jornalista destaca o diferencial que percebe na edição do Na Trilha da História. Isabela Azevedo realiza todas as etapas de produção do programa: faz a pesquisa histórica e musical, a preparação do roteiro e a marcação da entrevista, além da sonoplastia.

"O diferencial do programa é a pesquisa, porque eu realmente leio os livros dos meus entrevistados. Isso deixa o programa mais rico em informação, mas também mais trabalhoso de produzir. Alguns episódios levam meses para serem concluídos. Por isso, estou sempre me dedicando a vários ao mesmo tempo, cada um numa etapa da produção", explica.

Isabela comenta que a definição da pauta e do personagem histórico é influenciada por vários fatores. "O tema pode estar relacionado a alguma efeméride, ou contemplar o assunto de um livro recente, ou ainda ter a ver com algo que eu esteja estudando mais no momento", afirma

Convidados singulares e interação com estudantes

Apesar de considerar difícil escolher, Isabela destaca algumas entrevistas marcantes. "Talvez duas que tenham mexido comigo foram as que fiz com parentes dos personagens retratados: a Lucinha Araújo, mãe do Cazuza, e o João Marcelo, filho da Elis Regina", recorda.

O desafio de produzir o programa é diário. A jornalista relata as edições mais instigantes de realizar. "Gostei muito dos dois programas sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, que trouxe a entrevista de três pesquisadores, incluindo o baterista João Barone, dos Paralamas do Sucesso, cujo pai lutou na guerra. Como meu avô é ex-combatente, foi um tema bem especial", menciona.

O Na Trilha da História também traz entrevistas divertidas, com um papo mais leve quando o assunto permite. Isabela Azevedo menciona as gravações com a historiadora Mary del Priore e com o pesquisador Paulo Rezzutti sobre o período imperial, convidados sempre bem-humorados.

A jornalista revela que os programas mais difíceis foram aqueles em que passou mais tempo na pesquisa sobre o tema. "Um exemplo foi o episódio sobre o Nelson Mandela. Li a biografia dele de 800 páginas, além de um livro sobre a história da África do Sul para me sentir preparada para fazer o programa".

A repercussão do Na Trilha da História é um capítulo à parte. "Sempre recebo respostas dos ouvintes. Gosto principalmente quando professores dizem que usaram o programa na aula e quando alunos dizem que os episódios ajudaram em alguma prova", reflete sobre a apropriação do conteúdo nas escolas.

O ideal de comunicação pública está na essência do projeto, de acordo com a apresentadora. "O Na Trilha da História foi pensado como um programa de promoção à cidadania, na medida em que convida os ouvintes a conhecerem a história do país e do mundo em que vivem de uma maneira leve e prazerosa, sem o rigor de uma sala de aula", pontua Isabela ao incentivar o pensamento crítico da audiência.

Reconhecimento e vocação para o trabalho no veículo

O programa Na Trilha da Histórica e Isabela Azevedo foram reconhecidos com o Prêmio Profissionais da Música no ano de 2020, nas categorias "Convergência – Programa de Webrádio e Rádio" e "Produção – melhor apresentadora de programa de rádio".

A indicação e a conquista do prêmio sensibilizaram a jornalista. "Foi uma experiência emocionante, especialmente porque a votação expressiva dos ouvintes foi determinante para que eu vencesse nas duas categorias. É um reconhecimento de um trabalho árduo e feito com muita dedicação", comemora.

Apesar de ter atuado em várias mídias, como televisão, jornal impresso e internet, ela afirma que adora o rádio. "Sempre foi meu foco e minha paixão. Trabalhei na Rádio Bandnews FM como repórter local, na CBN como repórter Nacional e na época da faculdade, fiz um estágio na Rádio França, em Paris", conta. Desde 2012, a jornalista Isabela Azevedo é concursada da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) .

A iniciativa de realizar o programa com a dinâmica utilizada pelo Na Trilha da História surgiu ainda durante a graduação em Jornalismo, quando Isabela Azevedo fez um intercâmbio para a França, nos anos de 2006 e 2007, ao ouvir a emissora pública do país europeu.

A ideia ficou na mente da apresentadora por dez anos até surgir a oportunidade em 2016, já como profissional da EBC . A jornalista se inspirou nos programas de história da rádio europeia que despertaram seu interesse para o assunto. "Pensei, na época, que seria bacana aliar história à música", argumenta.

Serviço
- Na Trilha da História, sábado, às 8h, na Rádio Nacional
- Na Trilha da História, domingo, às 22h, na Rádio Nacional
- Na Trilha da História, domingo, às 23h, na Rádio MEC
- Na Trilha da História, no App Rádios EBC
- Na Trilha da História, no site https://radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria

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