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Comitê de Participação da EBC define recomendação sobre tratamento de crianças e adolescentes

A deliberação recomenda que sejam tratados como “crianças” e “adolescentes” ou “variações, como menino(s), menina(s), evitando o termo “menor”
21/10/2025
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18:20
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Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão (Cipadi) da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) deliberou uma recomendação aos veículos da empresa sobre o tratamento a crianças e adolescentes. A deliberação recomenda que sejam tratados como “crianças” e “adolescentes” ou “variações, como menino(s), menina(s), garoto(s), garota(s)”, evitando o termo “menor”.

“A expressão “menor de idade” deve ser usada de forma contextualizada, ou seja, quando se referir a questões legais envolvendo esses sujeitos, mas de maneira pontual, evitando repetições no texto e em materiais para mídias sociais”, afirma a resolução.

“Essa recomendação acompanha uma campanha maior que várias entidades vêm travando para rememorar que não devemos chamar as crianças e adolescentes de menor”, afirma uma das relatoras da resolução Juliana Doretto, da SBPJor (Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo). “As pessoas que vêm estudando a representação das crianças e adolescentes na mídia defendem o não uso do termo menor por uma questão de construção e desconstrução de estereótipos. O termo “menor” remete ao Código de Menores, uma legislação que foi substituída pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O ECA instaura a ideia de que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, o Código de Menores tinha uma visão punitivista”.

“Por conta de toda a repercussão que houve do ECA Digital, vimos que muitos veículos da mídia voltaram a usar esse termo que é estigmatizante, daí a resolução”, explica Karina Gomes Barbosa, da Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (SOCICOM).