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Mãe é quem cria?
Criado em 09/05/13 17h07
e atualizado em 10/05/13 12h54
Por Eliana Magalhães / EBC
Nem todas as famílias são formadas por pai, mãe e filhos. São várias as configurações familiares existentes, e, quando a figura da mãe é ausente, outras mulheres podem ocupar esse papel na vida das crianças. A tarefa fica a cargo da avó, da tia, madrasta, madrinha. Esteriótipos a parte - como os que dizem que as avós estragam os netos, que as madrastas são más, que tias mimam demais - elas estão aí para mostrar que o instinto materno extrapola os limites da gestação.
João Victor é criado pela avó paterna Josefa dos Santos, 73 anos, desde que tinha 4 meses de vida. Ela conta que o neto foi fruto de um relacionamento do filho com a própria prima. “ A mãe já tinha quatro filhos e disse que não teria como ficar com ele. Quando o menino parou de mamar fui buscá- lo. Hoje, Vitinho é minha companhia e o amo como a um filho”, declara. João, agora, com 12 anos, chama Dona Zefinha de mãe e não imagina ficar longe dela nem por um minuto. “ Quero ficar sempre pertinho dela. Quando me casar, ela vai comigo”, diz.
Maria de Lourdes criou a sobrinha Lays da Silva desde que nasceu. Stella, mãe de Lays, estava grávida de cinco meses quando o marido morreu. Decidiu ir morar com a irmã. Stella se casou novamente, mas a menina preferiu ficar com a tia. Lourdes, que tem dois filhos afirma nunca ter feito distinção entre os filhos e a sobrinha.“ Tudo que dava para os meus dava a ela. O laço de amor entre eles é muito forte". A dona de casa fala que quando Lays fez 14 anos foi morar com a mãe. “Fiquei muito triste, mas entendi. Apesar de ela sempre ter morado comigo, minha irmã sempre esteve presente, e acho justo que ela também tenha oportunidade de cuidar da filha ”, pondera.
A menina que tem 19 anos, diz ser grata por tudo que recebeu e recebe da tia durante todos esses anos:“ Nunca me faltou nada. Nos dias das mães, faço questão de ligar para ela e lembrá-la de que é minha mãe também”.
A psicóloga Helen Tatiana afirma que toda criança precisa ter algum modelo de mãe para se espelhar, mas não necessariamente tem que ser a genitora. Segundo ela, mais do que um vínculo biológico, é preciso ter uma ligação afetiva com a criança. "A mãe deve procurar suprir todas as necessidades da criança, tanto emocionais, quanto materiais, mas deve também,ensiná-la a ter limites, sem culpa de estar sendo severa. Não deve proteger demais a fim de recompensar a ausência da mãe biológica”, orienta.
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