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Imagem: mliu92 / Flickr / CC

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“A Princesa e o Sapo”: conto ajuda crianças a lidar com a diversidade

Criado em 21/09/15 10h40 e atualizado em 21/09/15 10h47
Por Toda Criança Pode Aprender

A narrativa da “Princesa e o Sapo” começa quando uma bela e orgulhosa princesa derruba sua bola dourada num poço e, sem conseguir recuperá-la, fica muito triste e chorosa. A bola, um brinquedo precioso para a garota, pode representar o universo infantil. Assim, o sentimento de perda que a menina experiencia possivelmente retrata a sensação de estar crescendo, o que em alguns momentos é difícil e angustiante por nos obrigar a abandonar certos privilégios e assumir novas responsabilidades.

Ouvindo suas lamentações, um sapo promete ajudá-la, contanto que a princesa permita que ele a encontre em seu castelo, passe a comer no mesmo prato que ela e dormir em sua cama. A princesa acha o sapo nojento e feio e lhe parece terrível fazer este acordo. Porém, desesperada para recuperar sua bola, ela aceita sem intenção real de cumprir sua parte.

Esta situação pode ser interpretada de diversas maneiras. Uma delas é pensar que o sapo é algo do mundo externo que reivindica que a princesa abra mão de certos desejos, sendo capaz de fazer acordos e cumprir suas promessas. Isto é algo fundamental ao crescimento, uma vez que para podermos conviver com os outros precisamos aceitar que nem tudo sairá sempre ao nosso modo. Para a criança esse é um grande desafio a ser vencido nos primeiros contatos sociais.

Outra possível interpretação é considerar que o sapo simboliza algo que vem de fora e nos parece estranho, causando susto e rejeição. Porém, para estar junto com outras pessoas e para realmente aprender sobre o mundo é preciso aceitar e conviver com aquilo que é diferente de nós ou de nossa família. A criança que está começando a se socializar muitas vezes vive inúmeros conflitos, pois ainda não sabe lidar com a diversidade, como é o caso da princesa desse conto.

Há ainda a possibilidade de o sapo representar aquilo que consideramos feio dentro de nós mesmos e que reivindica uma grande intimidade conosco. Esses lados obscuros exigem que os vejamos de perto; querem “comer em nosso prato e dormir em nossa cama”. Nem sempre é fácil olhar para nossos defeitos, ou particularidades que pensamos serem falhas. Porém, é fundamental para o desenvolvimento encarar com proximidade nossas faces assustadoras, de modo que possamos percebê-las como partes nossas que não podem ser ignoradas.

A princípio, a princesa foge do crescimento e não quer de forma alguma lidar com aquilo que lhe provoca estranhamento no mundo e em si mesma. Porém, o pai a obriga a cumprir suas responsabilidades. Isso é muito difícil para a princesa. Entretanto, conforme ela vai se aproximando do sapo, vai se tornando mais tolerante, capaz de perceber as coisas de outra forma. Por fim, ela acorda e vê o sapo como um belo príncipe. Agora alcançou maturidade suficiente para perceber o crescimento, a diversidade e o conhecimento de si mesma como elementos que a fortalecem.

*Este post foi escrito com base no livro “Fadas no Divã”, de Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso.

Creative Commons - CC BY 3.0

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