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Ser "do contra” faz parte do desfralde
Criado em 31/03/16 11h56
e atualizado em 31/03/16 12h14
Por Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
Cada criança tem seu tempo e ritmo, mas, em geral, o desfralde acontece por volta dos dois anos. Nesse momento novo, algumas defesas são usadas pelas crianças, como o discordar de tudo. Entenda e ajude os pais a lidarem com essa situação.
Segundo Rachel Cantelli, do site Fãs da Psicanálise, nesta fase do desenvolvimento infantil, a criança já adquiriu certa maturidade e autonomia, por isso, cria algumas estratégias inconscientes para controlar seus pais e outros adultos.
Esse comportamento envolve tudo: negar comida (inclusive as que até então a criança gostava), brincadeiras e situações novas ou rotineiras. Isto porque a criança quer se diferenciar do adulto e encontrar seu espaço na família e na sociedade. Ela tenta impor regras, com impulsividade e imediatismo (“quero agora”) típicos da idade.
Ir ao banheiro quando o adulto a lembra disso pode virar uma “batalha”, assim como a hora de tomar banho ou dormir.
Para que a criança passe por isso com tranquilidade é preciso que a família e outros adultos em contato com ela, como os educadores, estabeleçam e cumpram as regras que definem para as dinâmicas em casa e na escola. A flexibilização ou não cumprimento delas só vai confundir os pequenos, dando munição para oporem-se a tudo, já que não vão entender porque essas regras são tão importantes se nem quem as criou consegue segui-las.
Para que o desfralde seja o mais natural possível, é essencial que:
– nós, adultos, tenhamos consciência de que “sair das fraldas” é um processo de aprendizado individual e depende de nossa orientação.
– ofereçamos a ida ao banheiro de 20 ou 30 em 30 minutos, de preferência com algum atrativo (livros que fiquem somente no banheiro, adesivos para colar, cadernos para pintar).
– lembremos que o ser humano, depois que começa a andar, só consegue evacuar ou urinar se estiver com os pés apoiados.
– facilitemos o desfralde noturno, diminuindo a oferta de líquido à criança após as 19 horas.
– tenhamos paciência, o que vai influenciar no processo de espera do funcionamento fisiológico da criança.
– estimulemos a permanência da criança sentada fazendo elogios e contando histórias.
– não demos broncas, castigos ou demonstrações de decepção quando a criança não consegue evacuar ou urinar no lugar certo. Ela precisa de compreensão e estímulo para aprender, como qualquer outra conquista que terá na vida.
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